Estudo da ONU aponta que 1 milhão de espécies estão ameaçadas de extinção

Casal de arara-de-lear: diversos animais correm risco de extinção — Foto: Marcelo Brandt/G1

Um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção, segundo o relatório da Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES). A plataforma da Organização das Nações Unidas (ONU) contou com 145 cientistas de 50 países, no que é o considerado o relatório mais extenso sobre perdas do meio ambiente.


O estudo, divulgado nesta segunda-feira (6), foi feito com base na revisão de mais de 15 mil pesquisas científicas e fontes governamentais. Os cientistas destacam cinco principais causas de mudanças de grande impacto na natureza nas últimas décadas:

• perda da habitat natural
• exploração das fontes naturais
• mudanças climáticas
• poluição
• espécies invasoras

Desde 1900, a média de espécies nativas na maioria dos principais habitats terrestres caiu em pelo menos 20%. Mais de 40% das espécies de anfíbios, quase 33% dos corais e mais de um terço de todos os mamíferos marinhos estão ameaçados . Pelo menos 680 espécies de vertebrados foram levadas à extinção desde o século 16.

“Ecossistemas, espécies, populações selvagens, variedades locais e raças de plantas e animais domesticados estão diminuindo, deteriorando-se ou desaparecendo. A rede essencial e interconectada da vida na Terra está ficando menor e cada vez mais desgastada ”, disse o Prof. Settele.

“Esta perda é um resultado direto da atividade humana e constitui uma ameaça direta ao bem-estar humano em todas as regiões do mundo ”, disse o Prof. Settele, um dos participantes o estudo.

O relatório diz ainda que desde 1980 as emissões de gás carbônico dobraram, levando a um aumento das temperaturas do mundo em pelo menos 0,7 ºC.

Poluição em praia de Bali, na Indonésia — Foto: Maxim Blinko v/Shutterstock.com

Ainda de acordo com os cientistas, a perda de biodiversidade não é apenas uma questão ambiental, mas também uma questão de desenvolvimento, econômica, de segurança, social e moral.
Segundo o relatório, as atuais tendências negativas impedirão em 80% o progresso das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, relacionadas a pobreza, fome, saúde, água, cidades, clima, oceanos e terra.

Três quartos do ambiente terrestre e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente alterados por ações humanas. Em média, essas tendências foram menos severas ou evitadas em áreas mantidas ou gerenciadas por povos indígenas e comunidades locais.

Além disso, um terço das áreas terrestres e 75% do uso de água limpa é para plantação e criação de animais para alimentação. O valor da produção agrícola aumentou cerca de 300% desde 1970, a derrubada de madeira aumentou 45% e aproximadamente 60 bilhões de toneladas de recursos renováveis e não renováveis são extraídos globalmente a cada ano.

Veja outros pontos destacados pelo relatório:

• A degradação da terra reduziu a produtividade de 23% da superfície terrestre global, até US$ 577 bilhões em safras globais anuais estão em risco de perda de polinizadores
• Entre 100-300 milhões de pessoas estão em risco aumentado de enchentes e furacões devido à perda de habitats e proteção da costa
• Em 2015, 33% da vida marinha estava sendo pescada em níveis insustentáveis
• Áreas urbanas dobraram desde 1992
• A poluição plástica aumentou dez vezes desde 1980. De 300 a 400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, lamas tóxicas e outros resíduos de instalações industriais são despejados anualmente nas águas do mundo
• Fertilizantes que entram nos ecossistemas costeiros produziram mais de 400 “zonas mortas” oceânicas, totalizando mais de 245.000 km² – uma área combinada maior que a do Reino Unido

Ainda dá tempo

Apesar das notícias não serem boas, o relatório aponta caminhos para uma mudança. Governos devem trabalhar em conjunto para a implementação de leis e produção mais sustentável.

Segundo o relatório, é possível melhorar a sustentabilidade na agricultura, planejando áreas de plantação para que elas forneçam alimentos e ao mesmo tempo apoiem as espécies nativas. Outras sugestões incluem a reforma de cadeias de suprimento e a redução do desperdício de alimentos.

Além disso, para preservar a vida marinha, o relatório sugere cotas de pesca efetivas, demarcação de áreas protegidas e redução da poluição que vai da terra para o mar.

Fonte: G1

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