Fazendeiros rejeitam oferta de R$ 80 milhões feita pela União por terras (MS)

Cidade de Campo Grande (MS).
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Os produtores rurais mais uma vez não aceitaram a proposta feita pelo Governo, durante reunião no gabinete do ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, em Brasília, na tarde desta sexta-feira (13). A União aumentou o valor ofertado, que antes era de R$ 78 milhões pelos 15 mil hectares da Terra Buriti, para R$ 80 milhões, mas os fazendeiros “bateram o pé” e pediram R$ 124 milhões.
O valor que os fazendeiros pedem surgiu após uma análise técnica realizada pelo economista e perito judicial Fernando Abrahão, nas áreas pertencentes à Buriti. Segundo ele, no início, os produtores ficaram relutantes com o valor de R$ 124 milhões apresentado por ele, mas em seguida aceitaram o resultado da análise das terras.
“A reunião de hoje fluiu até uma determinada hora e parou. Os produtores jamais aceitariam essa proposta aviltante feita pelo Governo Federal. O acordo ficou mais longe de acontecer do que se esperava. Infelizmente ficou muito distante entrar em um consenso com a União e com os indígenas”, explicou Fernando Abrahão.
O proprietário da Fazenda Buriti, Ricardo Bacha, que participou da reunião, disse que a União quer descaracterizar as terras como produtivas e comprá-las a “preço de banana”. “Se a área a ser comprada é exatamente para os índios produzirem, como podem eles tratarem elas como improdutivas e ofertar R$ 5 mil por cada hectare. Eles estão nos embrumando. Queremos deixar claro para os índios que os produtores querem fazer o acordo, mas o Governo Federal está dificultando. Não podemos aceitar esse preço de babana, é muito indecente essa proposta”, desabafou Bacha.
De acordo com Bacha, o Governo Federal prometeu procurar os fazendeiros na semana que vem para marcar uma reunião a fim de discutir uma nova proposta. Mas, ele não está animado com o anúncio. “Nem acredito mais em nada, sem sei se eles irão mesmo nos procurar”, comentou.
A reunião desta sexta-feira aconteceu das 15h até as 18h, quando os fazendeiros abandonaram a mesa de negociações. Participarão representantes do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Funai (Fundação Nacional do Índio), fazendeiros e seus advogados.
No dia 30 de maio do ano passado, a fazenda Buriti foi o cenário da reintegração de posse que resultou na morte do índio terena Oziel Gabriel. A situação foi o estopim para que o Governo Federal atuasse como mediador do conflito fundiário. Os terenas vivem em uma área de dois mil hectares.
(Campo Grande News)


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