Fuga inédita de presídio federal choca autoridades em Mossoró

Foto: Recorte

Na madrugada desta quarta-feira (14), a Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, foi palco de uma fuga histórica. Dois detentos conseguiram escapar das imponentes paredes do presídio, lançando um desafio sem precedentes às autoridades locais.


Identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos, os fugitivos possuem ligações com o temido Comando Vermelho, liderado por Fernandinho Beira-Mar, que também cumpre pena na mesma unidade. Originários do Acre, os homens foram transferidos para Mossoró após envolvimento em uma rebelião violenta no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte brutal de cinco detentos, três deles decapitados.

O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Norte confirmou a solicitação de apoio para recaptura dos fugitivos, ressaltando que as operações de busca estão em andamento com o suporte da Secretaria de Administração Penitenciária. A Polícia Federal também foi acionada para participar da operação de recaptura e conduzir as investigações sobre o incidente.

André Garcia, secretário da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), anunciou que se deslocará até Mossoró para acompanhar de perto o desdobramento da situação. Até o momento, a Senappen não emitiu um pronunciamento oficial sobre a fuga, deixando um clima de incerteza e preocupação entre as autoridades.

A fuga dos dois detentos marca um ponto de inflexão no Sistema Penitenciário Federal (SPF), que até então ostentava um histórico imaculado, sem registro de fugas, rebeliões ou entrada de materiais ilícitos em suas unidades. Criado com o propósito de combater o crime organizado e isolar lideranças criminosas de alta periculosidade, o sistema enfrenta agora um desafio inesperado.

Apesar de ser a primeira fuga no presídio federal de Mossoró, o estado do Rio Grande do Norte já foi cenário de outros episódios tumultuados em seu sistema prisional. O Massacre de Alcaçuz, ocorrido em 2017, é uma cicatriz ainda fresca na memória das autoridades e da população, deixando um saldo de 27 mortos e mais de 50 fugitivos na maior penitenciária do estado.

Foto: Recorte

Em março de 2023, uma onda de mais de 300 ataques coordenados por uma facção criminosa sacudiu diversas cidades potiguares, provocando danos materiais e semear o terror entre os cidadãos. A suspensão das visitas íntimas aos detentos, como medida de contenção após o Massacre de Alcaçuz, foi apontada como uma das causas desse levante.

A transferência de líderes de facções envolvidos nos ataques para o sistema penitenciário federal foi uma resposta enérgica das autoridades, visando restaurar a ordem e a segurança pública no estado. No entanto, a fuga dos dois detentos em Mossoró coloca em xeque a eficácia desse sistema e a capacidade das autoridades em conter a ação das organizações criminosas.

Fonte: G1

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