A Gol Linhas Aéreas, atualmente em processo de recuperação judicial, recebeu a permissão de um tribunal dos Estados Unidos na segunda-feira (12) para investigar alegados esforços da Latam Airlines em adquirir aeronaves Boeing 737 da companhia brasileira. A Gol alega que a Latam, com sede no Chile, está tentando se beneficiar da sua situação financeira difícil, buscando apropriação de aeronaves, contratação de pilotos e desencorajando reservas de voos.
Durante uma audiência em Manhattan, o advogado da Gol, Andrew Leblanc, afirmou ao juiz de falências dos EUA, Martin Glenn, que é necessário investigar se as táticas da Latam violaram a lei de falências dos EUA. Glenn ordenou que a Latam forneça documentos e disponibilize executivos para entrevistas.
O juiz expressou ceticismo em relação à coincidência temporal das abordagens da Latam, iniciadas um dia após o pedido de falência da Gol, considerando-a “absurda”. O advogado da Latam, Kyle Ortiz, reconheceu que a busca por aeronaves não foi uma coincidência, mas negou que tenha sido motivada apenas pela falência da Gol.
A Gol, que entrou com pedido de recuperação judicial nos EUA em 25 de janeiro, enfrenta desafios decorrentes do impacto persistente da pandemia da COVID-19. A empresa alega dificuldades em adquirir aeronaves Boeing 737 Max suficientes para atender à demanda pós-pandemia, citando problemas na produção da Boeing, incluindo crises passadas e recentes.
Este episódio reflete as complexidades enfrentadas pelas companhias aéreas em um setor em constante transformação e destaca a necessidade de uma investigação para esclarecer as alegações da Gol contra a Latam.
