Governo Bolsonaro está se desfazendo como um ‘sorvete ao sol’

Sem traquejo para articulação política, Bolsonaro paga ‘mico’ no mundo e se vê cada vez mais restrito o círculo de apoiadores até do seu próprio partido – foto: Gazeta do Povo

Nem o PSL aguenta mais governo aos trancos e barrancos de Jair Messias Bolsonaro. O governo Bolsonaro está se desfazendo como um sorvete ao sol. Esse desmanche impressiona pela sua rapidez, iniciado ainda sem completar o primeiro trimestre um governo eleito cinco meses atrás.


Os maiores protestos vêm do partido do próprio presidente. Líderes do PSL, ignorando que só existem em função da votação de Bolsonaro, buscam luz e vida própria com um discurso oposicionista.

Também por nem enfrentar uma oposição aguerrida. Seu desmoronamento é por dentro, por implosão. Ele segue aos trancos e barrancos, descontinuamente, aos choques.

Quando parece que a tropa está formada e vai seguir em harmonia, há n ova desorganização. Não consegue começar a enfrentar seus problemas e desafios porque o presidente desfaz o que fez, desdiz o que disse e manifesta-se desastrosamente pelas redes sociais.

Por ironia, o ex-capitão do Exército não sabe comandar. Leva alguns observadores à conclusão de que o lugar que ele ocupou pertence a um general – quem sabe, ao general que está ao lado dele, o vice-presidente da república.

As confusões são armadas por Jair Bolsonaro mesmo quando ele está fora do país. Aliás, é quando viaja para o exterior que suas deficiências mais se revelam, desde o desastroso pronunciamento – telegráfico e equivocado – em Davis, no encontro dos países mais riscos, como, agora, em Santiago do Chile, de onde transmitiu ondas de estímulo ao desânimo em torno da reforma da previdência, já em clima dissonante ao do rito urgente que deveria ter, dada a sua extrema importância.

Sem traquejo para articulação política, Bolsonaro paga ‘mico’ no mundo e se vê cada vez mais restrito o círculo de apoiadores até do seu próprio partido – foto: Gazeta do Povo

Os maiores protestos vêm dos deputados e senadores do próprio presidente. Criticam o privilégio dos militares quando os demais servidores públicos são sacrificados e assumem um discurso igualitarista, além de defender as prerrogativas do legislativo, reivindicando mais autonomia em relação ao poder executivo.

Eleito para estabelecer um novo padrão de ação política no Brasil, Jair Messias Bolsonaro está ficando para trás na história, cada vez mais próximo da obsolescência.

Gente de Opinião

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