Imagens de ratos são lançadas no espelho d’água do Congresso

Segundo os participantes do protesto, os animais representavam uma crítica aos deputados e senadores.

Manifestantes se reuniram na manhã deste domingo (4) em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, em um ato a favor da operação Lava Jato e contrário às mudanças no projeto de lei com medidas anticorrupção. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, entre 4 mil e 5 mil pessoas estiveram no gramado no auge do protesto. Organizadores estimaram a presença de 10 mil pessoas.


O protesto começou pouco depois das 10h, no gramado em frente ao Congresso. Em meio à chuva forte, lideranças dos movimentos anunciaram o fim do ato por volta das 12h15, em um dos carros de som posicionados no local. A manifestação foi pacífica, segundo as forças de segurança.

Durante o ato, os manifestantes cantavam o Hino Nacional e gritavam palavras de ordem contra parlamentares – incluindo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) – e a favor do juiz Sérgio Moro. Ratos de papel e de plástico foram jogados no espelho d’água em frente ao Congresso. Segundo os participantes do protesto, os animais representavam uma crítica aos deputados e senadores.

Por causa do ato, convocado em redes sociais, o trânsito no Eixo Monumental foi fechado às 7h e tinha previsão de ser liberado novamente duas horas após o encerramento. A manifestação bloqueou o tráfego na altura da Rodoviária do Plano Piloto, nos dois sentidos da via.

Segundo os participantes do protesto, os animais representavam uma crítica aos deputados e senadores.
Segundo os participantes do protesto, os animais representavam uma crítica aos deputados e senadores.

A Secretaria de Segurança do DF montou dois cordões de policiais para revistar as pessoas que foram à Esplanada. Apenas o gramado central ficou disponível para circulação dos manifestantes. Até a publicação desta matéria, o protesto era pacífico.

Renan e Lava Jato

Um dos principais alvos do protesto, Renan Calheiros foi desenhado como um rato num caminhão de som que animou os manifestantes. Na semana passada, o parlamentar se tornou réu pela primeira vez no STF (Supremo Tribunal Federal), por suposto desvio de verba de gabinete.

O peemedebista é também o principal defensor de uma proposta que busca atualizar a atual legislação contra o abuso de autoridade. O projeto de lei de sua autoria recebeu críticas do juiz Sérgio Moro e da força-tarefa do Ministério Público responsável pela Operação Lava Jato. Para magistrados e procuradores, se aprovado, o texto vai inibir as investigações e punições contra a corrupção.

A votação do projeto foi marcado para a próxima terça-feira (6) no plenário do Senado. Na última quarta-feira (30), Renan sofreu uma derrota na Casa ao tentar aprovar o regime de urgência para acelerar a tramitação das mudanças promovidas pela Câmara nas medidas contra a corrupção propostas pelo Ministério Público. Assim como o projeto de Renan, o texto prevê uma série de punições a juízes e procuradores.

Segurança reforçada

Ao todo, 1,7 mil agentes de segurança foram destacados para o protesto. O número inclui 1,5 mil policiais militares, responsáveis pela segurança dos manifestantes e pela revista pessoal. Serão montados dois cordões de vistoria, entre as vias N2 e S2 (paralelas ao Eixo Monumental, passando pelos anexos, de ambos os lados) e a área central.

Na área do protesto, serão proibidos objetos de madeira, itens cortantes, fogos de artifício e garrafas de vidro. O governo também recomenda que os manifestantes usem capas de chuva em vez de guarda-chuvas.
Em entrevista nesta sexta (2), a secretária de Segurança Pública, Márcia de Alencar, disse que a área central de Brasília já recebeu 142 manifestações de cunho político desde o início do ano – 12 atos por mês, em média. “No ano passado, o número não chegou nem a 10% disso”, afirmou a secretária.

Ato conturbado

A revista pessoal dos manifestantes foi determinada pelo governador Rodrigo Rollemberg após os atos da última terça (4), marcados por episódios de vandalismo. Ao todo, 11 pessoas foram detidas em um protesto contra a Proposta de Emenda à Constituição (55), que limita os gastos do governo pelos próximos 20 anos e foi aprovada em primeiro turno no Senado.

Dados preliminares da PM apontam 27 placas de sinalização amassadas ou arrancadas, três policiais feridos, 18 manifestantes encaminhados para o Hospital de Base e Hospital Regional da Asa Norte e uma agência bancária com vidros quebrados.

Fonte: MIDIAMAX

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