Imediatista? Nem tanto

Para qualquer empreendimento dar resultado é preciso investir, isso qualquer um sabe. Contudo, investimentos bem planejados costumam dar resultados bons. Planejamento abrangente inclui estudos muito detalhados que vão além da simples construção, aquisição de máquinas, equipamentos e viabilidade de retorno do investimento. Visam marcar de maneira permanente a vida e a atividade econômica de uma região. Em Manaus já vai muito longe o tempo em que foi construído o Shopping Cecomiz para comercializar a preços populares os produtos gerados pelo Polo Industrial. Com o passar dos anos, como a maioria das atividades onde os governos põem as mãos, perdeu sua finalidade.


Vinte anos mais tarde surgiu o Amazonas Shopping, o primeiro shopping comercial de porte, na cidade de Manaus. Conhecido inicialmente como “da gente” logo foi perdendo esse nome, mas até hoje é referência em centros de compras, apesar de todos os novos que surgiram. Grandes estruturas de supermercados havia muito poucas. O CO, entre as ruas Djalma Batista e Constantino Nery era um deles. O outro era das Lojas Americanas, na esquina da Constantino Nery com a Raimundo Parente, próximo ao Hemocenter.
Outros investidores começaram a ver nesse nicho de mercado um grande filão. Supermercados novos foram sendo construídos, não apenas para vender produtos às donas de casa, mas também reservar espaços para serviços como bancos, casas lotéricas, farmácias, restaurantes e outros. Estes supermercados colocam sua marca em lojas âncoras que também emprestavam o próprio nome ao empreendimento. Assim, nos dias atuais, muitos vão ao DB da Ponta Negra, ao Carrefour de Flores, ao Superatacado Nova Era e aproveitam para passar na farmácia, sacar dinheiro no caixa eletrônico ou jogar na loteria.

Porém poucos tiveram o atrevimento de lançar um empreendimento na periferia de Manaus como o Shopping Vianorte, do grupo mineiro Saphyr. Completa dois anos instalado em um local onde a quinze não havia nem ruas. De olho em um público de baixa renda, montou uma estrutura que faria bonito em bairro classe A em qualquer cidade do mundo. Planejado para atingir a maturidade mais adiante já está mudando hábitos na região. A segurança, o ambiente climatizado e muitas atrações levam as pessoas a “descobrir” que não é mais caro comprar onde há de tudo. É bem verdade que a exposição das mercadorias e as ofertas estimulam o consumo e, não raramente, compra-se mais que era a intenção quando se saiu de casa.

Num Brasil em que os investimentos são de curtíssimo prazo, o Shopping Vianorte destoa um pouco. Com a confiança de quem veio para ficar, está começando a lotar seu estacionamento e suas lojas com tranquilidade mineira, sem a afobação de quem planta uma árvore hoje e quer ter a sombra dela em uma semana. Essa consciência do trabalho constante, de não fazer de qualquer jeito, já é sentida logo na entrada e corroborada nos corredores amplos, onde o visitante não se sente oprimido, nem forçado a comprar. Esse espaço inocente esconde a voracidade presente em todos os centros de compras que o cliente não quer sentir.

Os investidores são sabedores que há um longo caminho a ser palmilhado. Situado numa região onde há mais de trezentos mil possíveis visitantes, já atingiu dez por cento deste público em dias especiais. Agora é continuar o trabalho buscando metas maiores. Passo a passo, mineiramente.

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