Instituto Mamirauá lança cartilha sobre manuseio do pirarucu

As orientações são direcionadas aos manipuladores, ou seja, quem pesca, conduz, eviscera, pesa, lacra e conserva o peixe - Foto: Bernardo Oliveira

O pirarucu é sinônimo de economia e alimentação para muitos povos na Amazônia e vem conquistando paladares Brasil e mundo afora. Para chegar ao consumidor com qualidade e segurança, a carne do peixe precisa de cuidados especiais de higiene e de conservação. Lançada pelo Instituto Mamirauá, a cartilha “Boas Práticas de Manipulação do Pirarucu” é um guia para quem trabalha com o maior peixe de águas doces do planeta. A publicação gratuita dá dicas para o trato adequado do pirarucu, da pesca ao pré-beneficiamento do pescado. Acesse a versão online aqui e confira.


“A partir da adoção de medidas simples, é possível garantir um produto com boa qualidade que pode ser o diferencial na negociação”, aponta a cartilha, escrita por especialistas da Universidade Federal do Pará e do Instituto Mamirauá, unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Para evitar contaminações e perdas econômicas, a cartilha recomenda medidas higiênicas – Foto: Bernardo Oliveira

A cartilha “Boas Práticas de Manipulação do Pirarucu” tem financiamento da Fundação Gordon and Betty Moore.

O que são as boas práticas

Para evitar contaminações e perdas econômicas, a cartilha recomenda medidas higiênicas, conhecidas como boas práticas, a serem adotadas na cadeia da pesca do pirarucu. As orientações são direcionadas aos manipuladores do produto, ou seja, quem pesca, conduz, eviscera, pesa, lacra e conserva o peixe.

As orientações são direcionadas aos manipuladores, ou seja, quem pesca, conduz, eviscera, pesa, lacra e conserva o peixe – Foto: Bernardo Oliveira

Em toda a Amazônia, iniciativas realizam o manejo de pirarucu, que é a pesca sustentável, seguindo a legislação ambiental. Trabalho intensivo e que envolve centenas de pescadores ao longo do ano, o manejo tem a ganhar ainda mais com as boas práticas de manipulação.

“No manejo sustentável, oferecer um produto de qualidade é sinônimo de um bom trabalho e organização de todo o grupo envolvido, o que garante o reconhecimento, pois é a imagem de organização dos pescadores que sensibiliza os consumidores”, afirmam os autores da cartilha do Instituto Mamirauá, que presta assessoria técnica ao manejo de pirarucu no estado do Amazonas.

São recomendados instrumentos de pesca que causem o menor estresse possível ao peixe, como as redes – Foto: Aline Fidelix

Confira algumas dicas para conservar o pirarucu

– Escolha bem o instrumento para capturar o pirarucu. É recomendado um apetrecho que cause o menor estresse possível ao peixe, a exemplo das redes de pesca. Evite o uso de arpões.

– O tempo entre a captura e o transporte do peixe até a unidade de pré-beneficiamento deve ser o menor possível, não devendo ultrapassar o limite de três horas.

Gelo é fundamental para a preservação da qualidade do pirarucu – Foto: Aline Fidelix

– Gelo é fundamental para a preservação da qualidade do pirarucu. Recomenda-se a medida de 2 kg (quilos) de gelo para cada 1 kg de peixe.

– No flutuante de pré-beneficiamento, mantenha toda a estrutura e os equipamentos limpos, ventilados, iluminados e organizados.

Trecho da cartilha “Boas Práticas de Manipulação do Pirarucu” – Foto: Instituto Mamirauá

– A pessoa que for manipular o pirarucu não deve estar com cabelos soltos, barba ou bigode, nem usar relógios, cordões, pulseiras, anéis, ou qualquer tipo de acessório. Touca, chapéu, boné ou bandana e botas estão entre os itens recomendados.

Lembrando que essas dicas são direcionadas a quem faz o manejo de pirarucu, atividade regulamentada por lei. No estado do Amazonas, a pesca da espécie é proibida em todo o território, com exceção de áreas protegidas, como unidades de conservação, onde o manejo é feito.

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