Jornalista Andreza Matais é demitida do “Estadão” após denuncia ao Ministério Público

Andreza Matais eleita a rainha das notícias falsas da política brasileira pelos internautas (fake news) - foto: recorte

A jornalista Andreza Matais, que ocupava os cargos de editora-executiva de Política e chefe da sucursal de Brasília do jornal O Estado de S.Paulo, foi demitida da empresa nesta segunda-feira (29)


Junto com Andreza Matais, também foi dispensado seu braço direito, o jornalista e escritor Leonencio Nossa, que ocupava formalmente o cargo de “editor de Especiais” no periódico.

Conforme informou o DCM em outubro do ano passado, a jornalista foi denunciada ao Ministério Público do Trabalho (MPT) – juntamente com a empresa para a qual trabalhava – por supostamente fraudar ou ordenar a fraude em documentos de registro de horas extras realizadas pelos jornalistas do grupo de comunicação.

A insatisfação dos jornalistas com a política de controle de horas extras que foi estabelecida por Andreza Matais era fruto de conflito e insatisfação no jornal desde, pelo menos, maio do ano passado, quando funcionários sob sua coordenação passaram a ser demitidos, em um número que ultrapassou uma dezena.

A editora-executiva enfrentou embates duros com sua equipe para estabelecer sua forma de administrar a questão, como mostra a reprodução de mensagem de WhatsApp enviada pela jornalista a um grupo de profissionais do periódico, a que o DCM teve acesso.

Mensagem de Andreza Matais aos profissionais de sua redação: “Acompanho a marcação de ponto de cada um de vocês” – foto: reprodução

Matais usou Twitter para revelar salário de jornalista

Andreza Matais também se envolveu em outra polêmica, também em outubro do ano passado, quando atacou o jornalista George Marques no X, antigo Twitter, depois que ele publicou uma nota em suas redes desmentindo o jornal sobre empréstimo de US$ 1 bilhão do Banco de Desenvolvimento da América Latina, CAF, à Argentina por suposta ordem do presidente Lula.

George é assessor na Secretaria de Comunicação Institucional da Presidência e atualmente coordena a campanha de combate à desinformação Brasil Contra Fake.

Andreza postou o valor do salário do servidor, em uma tentativa de insinuar que o valor (de R$ 11.306,90) seria alto demais. A atitude desagradou a muitos leitores do jornal e também à chefia da redação do Estadão, que enxergou uma exposição desnecessária do veículo por meio das redes pessoais da jornalista, que foi muito criticada.

Segundo apurou a reportagem, a demissão de Andreza Matais já era tida como certa há mais de três meses na redação do Estadão, e que o tempo que levou para ocorrer se deve ao fato de o periódico ter passado esses meses todos negociando com a jornalista a melhor saída possível para todos.

Processo trabalhista

A precaução do Estadão se justifica pelo que consta nos autos públicos do processo trabalhista número 0001107-96.2015.5.10.0019, com início em 24 de julho de 2015 e término seis anos depois.

Neles, se fica sabendo que Andreza Matais processou, ganhou e recebeu uma indenização trabalhista da Folha de S.Paulo no valor de R$ 1.250.000 (um milhão, duzentos e cinquenta mil reais), ao ser demitida do periódico em 2014. A maior parte deste montante corresponde à cobrança de horas extras pela ex-funcionária.

DCM

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