Lixo nos rios e igarapés de Manaus, conta em que todos perdem(Por George Dantas)

Ambientalista George Dantas(AM)

A Prefeitura de Manaus ainda não encontrou uma solução que faça estancar a sangria do dinheiro público utilizado na limpeza dos rios e igarapés que cortam a cidade.
No ano passado, foram gastos quase nove milhões de reais na retirada de lixo nos corpos d´água que circundam a capital, lixo esse que leva inúmeros riscos a saúde pública.


Em 2016, já foram gastos quase quatro milhões de reais nos primeiros cinco meses do ano para retirar cerca de 130 toneladas de lixo, projetando a retirada anual de incríveis 300 toneladas de lixo dos igarapés.

Certamente que a melhora dessa situação passa por uma mudança de hábitos e comportamentos da população que vive ao redor dos rios e igarapés, onde o conhecimento e a conscientização dos danos ao meio ambiente e o desperdício do dinheiro mal aplicado, possam ser o catalisador da conscientização que uma grande parte dessa verba poderia ser aplicada na atenção e saúde básica das nossas crianças que vivem nessas áreas de risco.

Campanhas maciças de conscientização e o reforço escolar na educação ambiental podem ser os vetores que levem a transformação dessas comunidades, de forma que, eles possam ver os nossos rios como ecossistemas que precisam ser preservados e que isso só irá acontecer por desejo deles, numa demonstração clara de pertencimento dessas áreas.

Por outro lado, o poder público precisa se reinventar  e buscar soluções fora das convencionais  para a coleta do lixo urbano nessas áreas, levando em consideração  que a distância entre a moradia e a via principal onde acontece a coleta  residencial são enormes, daí a “decisão” de descartar o lixo no igarapé. Por exemplo, já foi pensado uma coleta fluvial ao longo das margens cheia de moradias? Certamente ainda não, mas a Secretaria Municipal de Limpeza pública (Semulsp),  precisa começar a pensar fora da caixa e oferecer alternativas que combatam ao status quo de despejar tudo que é lixo nos igarapés.

É possível observar que não apenas os lixos domésticos são descartados nos fundos das moradias, mobiliário doméstico estão no topo dos produtos descartados de forma inadequada. Restos de geladeiras, colchões, estofados, fogões e   lideram as estatísticas. É possível saber porque esses produtos não fazem parte de uma coleta seletiva gerenciado pelas inúmeras cooperativas de catadores existentes? A Lei 12.305/10 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelece a condição de parcerias entre as prefeituras e catadores como forma de inserção social e geração de renda, ao mesmo tempo, se torna importantes aliados contra agressões ao meio ambiente.

O que não dá mais para aceitar como uma situação normal é o despejo de toneladas de lixo nos igarapés pela população de um lado, e por outro, termos uma prefeitura gastando milhares de reais para montar uma superestrutura de retirada de lixo de mais de uma dezena de igarapés, num círculo vicioso sem fim, onde uma situação se alimenta da outra, e ambas nos conduzem a uma relação em que ninguém ganha, nem as pessoas, nem o poder público e tampouco o meio ambiente.(George Dantas – Ambientalista)

Artigo anteriorGoverno anuncia hoje(29), reajuste no Bolsa Família e recursos para Educação
Próximo artigoGlobo surpreende e muda próxima reprise do ‘Vale a Pena Ver de Novo’

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui