Los Hermanos(Por Paulo Figueiredo)

Advogado Paulo Figueiredo (AM)

Assisti pela televisão, com um misto de alegria e tristeza, à cerimônia de posse de Mauricio Macri, novo presidente da Argentina. Alegria, pela derrota do kirchnerismo; e tristeza, pelo que já poderíamos ter feito e não fizemos no Brasil, com o PT, Lula e Dilma.
Cristina Kirchner e seu marido Nestor levaram o país à derrocada econômica em mais de um decênio de poder, exatamente como Lula e Dilma no Brasil, em companhia de outros governantes na América Latina. Apoiados num discurso atrasado, identificado com a esquerdofrenia e o bolivarianismo venezuelano, que dão respaldo teórico ao Foro de São Paulo, perderam a sintonia com a globalização, os mercados internacionais e o mundo contemporâneo. Levaram seus países à inflação, à recessão, ao desemprego crescente e ao descontrole da economia, cuja recuperação exigirá anos e anos de sacrifício de seus povos.


Dilma esteve na posse de Macri. Apesar de ter chegado após a realização do ato no Congresso Nacional da Argentina, deve ter tomado conhecimento do pronunciamento do presidente portenho. Muitas orações do discurso oficial lido pelo argentino cabem como uma luva na pessoa da presidente brasileira, que certamente em muitas delas deve ter vestido a carapuça.

Algumas frases, dentre tantas outras, são emblemáticas do que aconteceu e vem acontecendo no Brasil. Para Macri “a política não é o cenário para enganar as pessoas com dados falsos”, bem como para “esconder e mentir sobre a realidade”, procedimentos utilizados à farta por Dilma Rousseff em seu governo e em sua campanha de 2014. O quadro econômico e administrativo que foi mostrado aos brasileiros em seus programas e debates na televisão não tinham nada a ver com a verdade, numa sucessão de fatos que caracterizaram incontestável estelionato eleitoral, mais tarde reconhecido por seu pr&oacut e;prio criador e tutor, o metalúrgico Lula da Silva.

Ao contrário de Dilma, que fez um discurso raivoso, no momento em que recebeu a notícia de sua vitória nas urnas por pequena margem sobre Aécio Neves, Macri acenou com a concórdia e a união dos argentinos em torno das soluções dos grandes problemas de sua pátria, herança nefasta do kirchnerismo. Foi duro na defesa do judiciário independente, ao sustentar que é inadmissível a existência de juízes militantes de partidos, agindo em nome de interesses políticos. Ao anunciar que não haverá tolerância com práticas abusivas, invectivou contra a corrupç&atild e;o, um câncer que os brasileiros conhecem muito bem, em consequência do aparelhamento que levou ao apodrecimento do Estado brasileiro e de sua estatal mais importante, a Petrobras. A corrupção lavrou nos altos escalões da administração de Cristina Kirchner e de seu marido já falecido, em iguais ou em maiores proporções, como acontece há mais de uma década no governo brasileiro, sob o comando do lulopetismo predador e deletério.

Pleno de contentamento, sinalizando que exercerá o poder de forma jubilosa, comemorou a vitória dançando para a multidão em delírio em frente à Casa Rosada. Convocou a todos, indistintamente, para tirar o conflito de cena e aprender a arte do acordo, peronistas e antiperonistas, de centro, de direita ou de esquerda. Conclamou os jovens, com sua transgressão, e os mais velhos, como sua experiência, para o grande projeto de reconstrução nacional. Lembrei de meu saudoso amigo Darcy Ribeiro, que pensava o Brasil do futuro com larga generosidade, para quem o poder deve ser exercido com prazer, próximo do orgasmo, porquanto dá a quem o exerce a oportunidade de promover o bem comum e a felicidade de sua gente. De mais a mais, para o novo presidente argentino, “a política não é uma competição para ver quem tem o ego maior” e que por isso mesmo baseará sua gestão no diálogo permanente e no trabalho em equipe, comunicando-se com seus compatriotas de modo franco sobre suas dúvidas, crenças e esperanças.

Tem-se, como se vê, uma distância abissal entre as propostas atuais e modernizantes de Macri, comportamento cordial e visão universal de estadista, com o ranço do lulopetismo, com Dilma sempre de cara amarrada, de mal com a humanidade, a personificação do subdesenvolvimento e da involução econômica do Brasil. Los hermanos saem agora na frente, enquanto aqui continuamos amargando a pesada angústia da incerteza e da falência do país, num ambiente de sombras e de maus presságios sobre o destino de nosso povo.(Paulo Figueiredo – Advogado, Escritor e Comentarista Político – [email protected])

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