Manaus da fumaça (Por George Dantas)

Ambientalista George Dantas(AM)

Nas ultimas três semanas, Manaus tem amanhecido sob uma espessa camada de fumaça decorrente de queimadas principalmente, trazendo graves problemas de saúde para a população, atacando principalmente o sistema respiratório.
Todos os anos durante o período do verão amazônico há um aumento do numero de queimadas no Amazonas de modo geral e também, neste mesmo período há um recrudescimento das queimadas urbanas, onde moradores queimam lixo e matos em seus quintais e terrenos, cujo reflexo dessas ações combinadas se traduzem em um ambiente saturado de fumaça que perdura por dias, onde a falta de chuvas e ausência de ventos nesse período,  acaba contribuindo também para esse cenário.


Ano após ano o INPE _Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais registra o aumento no numero de focos de incêndios na Amazônia, e quase nada de concreto tem sido feito para combater essas agressões ao meio ambiente. Desde o final de setembro até os dias atuais dados recentes do site estimam mais de 14 mil focos de incêndios no Estado e desses números quase 5 mil aconteceram em Manaus e municípios do entorno.

Como não há um plano estabelecido e articulado de prevenção e de combate as queimadas, seja no plano federal ou estadual, ano após ano o fenômeno se repete trazendo todo esse mal estar para as populações das cidades do Amazonas. Tanto a SEMA quanto o IPAAM carecem de quadros para armar uma estratégia que possa dar conta do problema que aflige o Amazonas, do mesmo mal padece a SEMMAS no plano municipal, que não tem “pernas” para o combate as invasões, os pequenos desmatamentos e a queima do lixo urbano. Embora no último dia 13, o governador do Amazonas tenha decretado estado de emergência em 13 municípios atingidos pela onda de calor e fumaça decorrente das queimadas, essa é uma ação paliativa que não combate a causa e sim, visa apenas mitigar os problemas enfrentados pelas populações locais.

Uma grande parcela das queimadas decorre do desmatamento ilegal, especialmente no Sul do Amazonas, onde é latente a ausência do poder público, gerando todas as condições ideais para a derrubada de arvores e posterior queima para transformação do solo em pasto, mas para essa região pouco é feito em termos de estratégia para inibir o desmatamento, que tanto contribui para o aumento nos níveis de fumaça na atmosfera e impacta diretamente no aquecimento global.

Além disso, nos últimos 30 dias a cidade de Manaus sofreu uma série de incêndios de grandes proporções, que começou com um sinistro numa loja de papelaria na zona central da cidade, depois um grande incêndio nas matas ao redor do IFAM na Zona Leste da Cidade, e no ultimo sábado, dois grandes empreendimentos comerciais também foram consumidas pelo fogo contribuindo bastante com  a fumaça que não se dispersa na capital.

Os governos precisam aprender a lição e dela tirar o ensinamento necessário de como deverão agir no próximo verão, articulando ações organizadas entre os entes da federação, do estado e do município em conjunto com os organismos de comando e controle, de forma garantir que o combate a essas mazelas seja efetivo e elimine a impunidade.(George Dantas – Ambientalista)

As queimadas na Amazônia/Foto: Lalo de Almeida
                                            As queimadas na Amazônia/Foto: Lalo de Almeida
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