‘Memórias da Loucura’ nos últimos dias de apresentação da Galeria do Largo

Exposição Memórias da Loucura/Foto: Divulgação

Últimos dias para conferir a exposição “Memórias da Loucura – Imagens que falam aquilo que a razão não diz”. Trata-se da exposição que reabriu a Galeria do Largo, na na Rua Costa Azevedo, em outubro, e que fica até o próximo dia 30 de dezembro à disposição do público.
Organizada pela psiquiatra Rosângela Aufiero, “Memórias da Loucura” emociona, pelas histórias e pelas 40 obras em exposição que integram uma coleção de 103 trabalhos, realizados por artistas-pacientes que frequentaram oficinas terapêuticas, coordenadas pelas arte-educadoras Monique Marie Rothen e Koia Refkalefsky, no Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro.


As obras foram produzidas durante as várias sessões de tratamentos terapêuticos que eram aplicados aos pacientes da clínica para a reabilitação psicossocial. As telas não possuem um estilo predominante e foram utilizados vários materiais para pinturas como, giz de cera, tintas guaches, tintas de paredes, colas coloridas, além de técnicas de colagens e recortes.

“Memórias da Loucura” tem a curadoria do artista plástico Otoni Mesquita e foi distribuída pelos temas: natureza, animais e meios de transportes com barcos e carros.

Alguns quadros emocionam pelas histórias interessantes como a da paciente Rosalina Gama. Suas obras eram sempre trabalhadas com recortes de mulheres sem braços. A visão artística de seus trabalhos foi descoberta pela artista plástica Monique Rotem.

Mais de 130 desenhos e colagens, na verdade, foram resgatados das salas do manicômio existente em Manaus, e muitos estavam perdidos em arquivos, prateleiras ou dentro de processos jurídico.

Destaque para o resgate de Valdir Machado que foi paciente-morador do Centro Eduardo Ribeiro durante sua vida inteira.

Segundo a psiquiatra Rosagela Aufieiro, Valdir é um dos artistas com mais trabalhos recuperados e, atualmente, ele vive em regime exilar (residência terapêutica). Nunca estudou arte, apenas era estimulado pela equipe.

Recentemente ao ser visitado pela equipe multidisciplinar do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS), Rosângela constatou que ele não tem mais utilizado as técnicas de arte o que lhe causou indignação. “Estão causando sua morte social ao retirar o seu material de expressão”, diz.

Ela conta que ainda existem 103 obras em poder da Secretaria de Estado da Cultura para o seu uso fruto e restauro.

De acordo com o secretário de Estado da Cultura, Robério Braga, a exposição foi feita para que a comunidade possa conhecer os trabalhos. “Eles produziram obras de altíssima qualidade. E a comunidade deve ter acesso a esses trabalhos e poder observar o quão valioso eles são”, declarou.

Artigo anteriorPlanMob de Manaus deve ser votado ainda hoje (21), anuncia relator
Próximo artigoTrês municípios do AM ganharão novos abatedouros, em 2016

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui