Ministro da Cultura reage ao coro de ´Fora Temer´ e bate boca com público no Prêmio Camões

Ministro Roberto Freire bate boca com plateia em entrega de prêmio/Foto: Roberto Alves

Após o fim do discurso de Raduan Nassar, que ao receber na manhã de hoje, sexta-feira, o Prêmio Camões de Literatura, criticou o governo brasileiro, o ministro Roberto Freire se manifestou e acabou batendo boca com a plateia.
Freire reagiu ao coro de “Fora Temer”, puxado por parte do público depois de Raduan ter, entre outras coisas, chamado Freire de “ministro do governo em exercício”. O autor de “Lavoura arcaica”, normalmente recluso, também comparou as recentes decisões do Supremo Tribinal Federal (STF) com o passado da ditadura militar e definiu o impeachment de Dilma Rousseff como “golpe consumado”.


Ministro Roberto Freire bate boca com plateia em entrega de prêmio/Foto: Roberto Alves

Em clima de constrangimento geral, Freire tomou a palavra logo após Raduan e chamou a narrativa do golpe de “estultice”. Disse que “estamos vivendo um momento democrático e que é muito diferente do período de ditadura”. Após ser vaiado e contestado por parte do público que lotou o pátio do Museu Lasar Segall, em São Paulo, o ministrio criticou os manifestantes dizendo que “é fácil fazer manifestação num governo como este, democrático”. Ele chegou a ser interrompido por críticos como a ex-ministra Marilena Chauí, mas continuou:

— Quem dá prêmio a adversário político não é a ditadura.

Freire disse ainda que “o prêmio é dado pelo governo democrático brasileiro e não foi rejeitado” pelo autor. O Camões é concedido pelos governos de Brasil e Portugal, e foi oferecido a Raduan em maio, ainda durante o mandato de Dilma Rousseff.

Livros de Raduan

“Lavoura Arcaica” (1975)
Primeiro romance do autor, chamou a atenção pela forma elaborada de narrar a história de André, um jovem que foge de uma sufocante vida rural, e suas delicadas e traumáticas relações familiares. Venceu vários prêmios. E virou filme em 2001, com Selton Mello e Simone Spoladore no elenco, sob a direção de Luiz Fernando Carvalho.

Em março do ano passado, o escritor participou de um ato público, junto com outros artistas, para defender a legalidade do governo da ex-presidente. Na época, o processo tramitava no Congresso Nacional.

Mais importante prêmio da língua portuguesa, o Camões é concedido anualmente a um escritor de língua portuguesa. Raduan, 81 anos, foi escolhido por unanimidade e se tornou o 12º brasileiro a receber o prêmio. Receberá 100 mil euros.(G1/O Globo)

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