Em declarações a Andre Sadi, do G1, o General Hamílton Mourão fez o possível para parecer conformado com as ‘advertências públicas’ que recebeu ontem, na entrevista dada por Jair Bolsonaro no Jornal Nacional, quando ouviu que “eu sou o capitão, ele é o general, mas o presidente sou eu”. Mas não conseguiu reprimir uma declaração de que está obedecendo, mas não se convencendo:
“Falei para ele proceder com sua visão. Tenho minhas críticas. Agora, o presidente, como ele disse, é ele. Só não sou um vice anencéfalo. Tenho minhas opiniões”, disse Mourão.
Anencéfalo, por certo, o general não é, pois anencéfalos, pobres bebês, não vivem mais que breves minutos e vegetativamente.
Talvez ele tenha querido dizer acéfalo, que é outra coisa, literalmente, sem cabeça.
Como o general tem uma e, pelo visto, não só para usar o quepe, deve estar falando de um dos dois sentidos figurados: o primeiro, sem comando; ou o segundo, sem inteligência.
Ou seja, que obedece, mas não concorda.
O que nos deixa na situação inusitada de termos uma insatisfação militar, nada menos, que do vice do presidente que nem sequer foi eleito.
Porque o vice fala em “autogolpe”, em extinção do 13º salário, em “Constituinte de Notáveis” ao mesmo tempo em que aceita seu chefe dizer que isso são “caneladas”.
Será que tem alguém que acha que isso pode dar certo? Ou será que, ao contrário, o general tem ambições que lhe enchem o céfalo? (cérebro).
Por Fernando Brito, do Tijolaço