
O Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) revelaram a participação de um grupo de policiais militares comandados por um oficial na denominada “Operação Maus Caminhos”, deflagrada no último dia 20 de setembro, e que descobriu um esquema milionário de desvio de recursos da Saúde do Amazonas.
O envolvimento de PMs foi divulgado hoje, durante entrevista coletiva realizada no Ministério Público Federal (MPF), que revelou que o esquema era comandado pelo coronel Aroldo Ribeiro, ex-comandante da PM afastado em setembro de 2014.

Segundo o procurador da República, Alexandre Jabur, a função dos policiais dentro do esquema era atuar como “braço armado” da organização criminosa.
Comandados por Aroldo Ribeiro, esses policiais praticavam tortura, faziam a segurança ilegal dos envolvidos na organização, além de fazerem a escolta ilegal dos transportes de valores milionários desviados.
Um caso de tortura denunciado envolve o caso do contador Gilmar Fernandes Correa, que denunciou ter sido torturado pelos policiais que desconfiaram que ele estava roubando dinheiro do esquema.
Os policiais também eram responsáveis pela segurança do médico e empresário Mohamed Moustafá, o líder da organização, de sua cunhada, e também, eram responsáveis em fazer a escoltar armado do dinheiro que era sacado em agências bancárias e transportados das empresas que faziam parte do esquema criminoso.
O procurador Alexandre anunciou que 16 pessoas, dentre eles Mohamed Moustafá, o coronel Aroldo Ribeiro, e outras 14 pessoas foram denunciados à Justiça Federal por envolvimento no esquema criminoso.
Na lista dos acusados presos estão Alessandro Viriato Pacheco, o Barba; Antônio de Melo Marques, conhecido como Toninho e Soneca; Davi de Azevedo Flores, Erhard Lang, Gilberto de Souza Aguiar, Márcia Alessandra Nascimento, Pablo Pereira, Pauline Azevedo Campos, Priscila Marcolino Coutinho, Rodrigo Fernandes Arol, Jennifer Naiyara da Silva e Mouhamad Moustaf. Estes últimos, conforme o procurador, tentaram obstruir as investigações.
Outros denunciados que não estão presos são Dilson Maciel de Jesus, Euler de Paula Baumgratz, Gilmar Fernandes Correa e Paulo Roberto Bernardi Galaci.