Para que BR-319 quando se tem um modal aéreo eficaz, seguro e sem roubo de carga?

Modal aéreo pode resolver o problema de logística do Amazonas, diz sindicalista Valdemir Santana

Motivo de debates acalorados, acusações múltiplas, plataforma eleitoreira e de munição para ideias mirabolantes, a BR-319 que liga Manaus a Porto Velho e ao resto do País pode muito bem ser substituída, com sucesso, por cargueiros KC-390 fabricados pela Embraer e tornar o transporte de bens e de consumo para o Amazonas muito mais eficiente, seguro e mais rápido.


A opinião é do presidente da Central Única dos Trabalhadores e dos Metalúrgicos do Amazonas, Valdemir Santana, que acredita, três aviões KC-390 seriam suficientes para substituir centenas de caminhões, balsas que atravessam rios, por dias, para suprimir a capital amazonense de insumos para a indústria, mercadorias para o comércio e alimento para o povo do estado.

Logística

Conforme o fabricante, cada avião KC-390 pode transportar até 26 toneladas e voar a até 850 km/h. “Isto resolveria o problema de transportes de cargas para o Amazonas. Este cargueiro gastaria apenas 04 horas de São Paulo a Manaus e, poderia fazer vários voos por dia e dar agilidade ao transporte de cargas”, exemplifica Santana.

Estatísticas apontam que o transporte aéreo brasileiro é um dos principais modais nacional, que atende um País imenso e com grandes diferenças regionais. Não é o caso do Amazonas, que precisa passar por mudanças significativas das companhias aéreas e das empresas de logística, para chegar ao nível do aceitável.

Além do que, e de acordo com o sindicalista, o Brasil estaria gerando empregos em setores hoje travados porque os investimentos previstos para o setor de logística recaem sempre na desculpa da BR-319, na lentidão das balsas e nos precários portos pelas cidades do interior do Estado. Contudo, é preciso que o governo reduza o ICMS do querosene para aviação.

“Existem soluções viáveis, rápidas e mais eficazes além da BR-319”, diz Valdemir Santana diante de empresários e sindicalistas – foto: divulgação

Dados da Associação Nacional de Transporte de Carga (NTC), o diesel responde por quase 60% do custo e representa cerca de 40% dos custos do transporte no geral. Os custos operacionais dos transportes de cargas incluem combustível, lubrificantes, pneus, peças e demais valores para a manutenção, a depreciação do caminhão, o seguro obrigatório do veículo e demais impostos, como emplacamento, IPVA. “É preciso encontrar outros meios de transporte de cargas para o Amazonas, além do terrestre e fluvial”, destaca.

BR-319

Ao tentar manter um único sistema de transporte, em uma rodovia insustentável, intempérie, contruído sobre áreas de várzea, certamente os custos operacionais serão duplicado. “Além de que, não existe possibilidade de mudanças a curto prazo”, diz ele. No entanto, é possível que o projeto de várias décadas da Rodovia sofra alterações se o governo federal realizar concessões socioambientais, o que não é o caso.

Valdemir garante que estão “fazendo tempestade em copo d’água” para construir uma estrada que custaria bilhões de Reais aos cofres públicos, quando tudo pode ser resolvido por via aérea, além de ser o mais seguro do mundo sem problemas, inclusive, com roubos de cargas, tão comuns no Brasil.

Os investimentos seriam a aquisição de três aviões KC-390 – a Índia está encomendando 80 deles -, e investir em melhoramentos e ampliação de pista do aeroporto de Ponta Pelada na zona Sul de Manaus, que está próximo de portos e do Distrito Industrial do Amazonas.

“Podemos trazer insumos, cargas vivas, granel, frigoríficas e levar produtos industrializados e por um fim, em definitivo, nas discussões e acusações sobre a BR-319, que povoam o universo político amazonense a várias e várias décadas”, concluiu o presidente da CUT-Amazonas, Valdemir Santana.

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