Pausa no debate sobre a BR-319 dá lugar a ideias progressistas para o transporte no Amazonas

Hidrovias do Rio Madeira - foto: marinha do Brasil

Passado o calor da milésima bateria de discussões sobre a implantação ou não da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho e ao resto do País, as conversas se voltam para medidas concretas sobre os transportes no Amazonas, de maneira viável, eficaz e com alto impacto socioeconômico para a região, além do baixo custo para a sua implantação.


O projeto, melhor dizendo, a ideia do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AM), Valdemir Santana, foi levada ao ministro do Trabalho e Emprego e ministro da Previdência Social no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em junho deste ano, para que ele abrace o projeto de ‘sinalização dos rios do Amazonas’, como uma das formas barata e sem impacto ambiental para a substituição da polêmica e complicada repavimentação da BR-319.

Ministro do Trabalho, Luiz Marinho e o presidente da CUT-AM, Valdemir Santana em agenda no palácio do Planalto – foto: Luan Santana

Caravelas

Valdemir afirma que existem mais de 11 mil embarcações navegando pelos rios do Amazonas como na época de Pedro Álvares Cabral, em 1.500 D/C, como na época do descobrimento do Brasil. Ou seja, se orientando pela Lua, Sol, Estrelas e pelos tocos de árvores nas beiras dos barrancos.

Para o sindicalista, se discute tanto um projeto de bilhões de Reais, que é a BR-319, quando poderiam estar colocando em pauta o mapeamento de todos os canais hídricos da Região Amazônica através do GPS, por satélite, já que existe na atualidade alta tecnologia de precisão e de localização.

“O transporte fluvial no Estado exige sistemas mais atualizados, seguros, com capacidade para atender em média 80% dos municípios e 150 mil passageiros/dia”, destaca Santana ao garantir que é preciso especializar os atuais práticos e formar mais navegadores para a função. Esse foi um dos pedidos feitos ao ministro Luiz Marinho.

Valdemir explicou ao ministro, que além da Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental, é preciso que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), também possa formar e qualificar marítimos para a função. Ele também destaca que é preciso aumentar o número de emissões e reconhecimento da Caderneta de Inscrição e Registro (CIR), que é o documento de habilitação que identifica e registra dados pessoais dos aquaviários. Atualmente, as emissões não chegam a 200 por ano.

Curso financiados por P&D

Sobre estrutura para formar marítimos, Santana afirma que existem verbas específicas para isso. Ele lembrou dos bilhões de reais do processo de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), das indústrias do eletroeletrônico do Distrito Industrial do Amazonas, que podem ser facilmente aplicados para esse fim.

“É hora de nossos políticos discutirem outras alternativas e modernizar os modais aquaviários do estado, com tecnologias de ponta, via satélite”, apontou Valdemir Santana, informando ainda, que a população do estado não aceita mais os localizadores arcaicos de séculos passados e nem a já desbotada régua de altas e baixas dos rios, que só prevê o comportamento do Rio no dia da medição.

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