Percussão e humor na releitura Carmen Suíte, no Teatro Amazonas

Humor, na releitura de Carmen Suite, no TA/Foto: Divulgação
Humor, na releitura de Carmen Suite, no TA/Foto: Divulgação
Percussão e Humor, na releitura de Carmen Suite, no TA/Foto: Divulgação

Obra mais conhecida do compositor russo Odilon Schedrin, “Carmen Suíte” reúne trechos da célebre composição de Georges Bizet (1835-1875) reelaboradas numa perspectiva bastante particular.

Os pontos mais marcantes desta releitura – escrito em 1967, sob encomenda da esposa de Schedrin, a bailarina Maia Plissétskaia – são a forte presença dos instrumentos de percussão e do humor que, embora disfarçado, pode causar estranhamento no público mais conservador.


“A peça nos mostra que a arte não é fechada”, argumenta o maestro Marcelo de Jesus, regente da Orquestra de Câmara do Amazonas. O grupo executou a seção instrumental (cordas e percussão) de “Carmen Suíte” apresentada na noite de quinta-feira (22), no Teatro Amazonas, dentro da programação do XVIII Festival Amazonas de Ópera, evento realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura.

Para o maestro, a peça é um exemplo de experimentação bem sucedida na música erudita, um gênero ainda hoje considerado pouco acessível.

“Embora apresente um universo sonoro completamente diferente do de Bizet, trata-se de um processo de criação muito bem trabalhado. Schedrin pegou os elementos principais e criou uma obra de arte, sem destruir a composição original”, diz Marcelo, que, além de reger a Orquestra Filarmônica do Amazonas, responde pela direção artística do festival ao lado do maestro Luiz Fernando Malheiro.

Gênero

O espetáculo marcou a estreia do Balé Experimental do Corpo de Dança do Amazonas, com coreografia assinada pela bailarina Adriana Góes. Ela conta que utilizou recursos como a dança e o figurino – escolhido por ela – para retratar a questão dos gêneros no mundo contemporâneo.

“Abordo a questão da afirmação da mulher na sociedade e como o homem tenta encarar essa mudança”, explica Adriana, que integra o Corpo de Dança do Amazonas. “Para simbolizar essa relação, elaborei uma coreografia mais passional”, diz. O figurino casual, com predominância do vermelho, atua como elemento de definição das identidades.

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