Prevenção reduz fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis

Foto: Freepik

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), grupo que inclui enfermidades cardiovasculares, câncer, diabetes e doenças respiratórias, são a causa de quase três quartos das mortes em todo o mundo. O dado é da Organização Mundial da Saúde (OMS). E, embora possam se originar de fatores genéticos, fisiológicos e ambientais, comportamentos não saudáveis são considerados um fator de risco para o surgimento dessas doenças. Dentre eles estão o uso nocivo de álcool, a obesidade, a inatividade física e o tabagismo.


O Portal de Dados de Doenças Não Transmissíveis, criado pela OMS, traz informações mundiais a respeito de cada um desses hábitos. No Brasil, em 2019, o consumo de álcool foi de sete litros/ano por pessoa – acima da média mundial para o período, de seis litros. A obesidade na população acima de 20 anos, segundo o IBGE, mais que dobrou entre os anos de 2003 e 2019, passando de 12,2% para 26,8%. Já o excesso de peso atingia, em 2019, 60,3% da população de 18 anos ou mais de idade, o que corresponde a 96 milhões de pessoas, sendo 62,6% das mulheres e 57,5% dos homens.

Médico de Família e Comunidade e coordenador médico da Amparo Saúde, Leonardo Abreu, afirma que a prevenção das DCNT é formada por um conjunto de comportamentos. “As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte no mundo e um dos principais fatores de risco é o tabagismo. Algumas de suas milhares de substâncias provocam estreitamento das artérias e inflamação, aumentando o risco de derrames cerebrais (AVC), infarto e desenvolvimento da hipertensão. Evitar o tabagismo, praticar atividade física por pelo menos 150 minutos na semana, ou de 20 a 25 minutos por dia, e reduzir o sal na dieta são medidas extremamente importantes no combate a doenças cardiovasculares”, aconselha.

Os mesmos hábitos saudáveis podem ajudar a prevenir diferentes doenças. Evitar o tabagismo, por exemplo, também reduz a probabilidade de câncer no pulmão e bronquite. Quanto aos alimentos, além do sal, é indicado reduzir o consumo de açúcar e dar preferência a frutas e verduras ao invés de industrializados.

“O consumo nocivo de bebidas alcoólicas é outro fator de risco para essas doenças crônicas. Atualmente, se sabe que não existe nível de consumo de álcool que seja seguro à saúde. Trata-se de um fator causal para mais de 200 doenças e lesões, além de ser um dos principais agravantes do desajuste que ocorre no contexto familiar e laboral”, alerta.

Por isso, a realização de avaliações periódicas é fundamental, já que grande parte das doenças crônicas não transmissíveis não costuma apresentar sintomas no início, dificultando o diagnóstico precoce.

“Quanto mais cedo identificarmos qualquer doença, melhor será a expectativa para um tratamento assertivo. Por isso, sempre orientamos pacientes a procurarem um profissional de saúde e, mais que isso, que eles tenham uma equipe multidisciplinar de referência que o conheça e possa acompanhá-lo ao longo do tempo. A criação de vínculo entre o paciente e o mesmo profissional de saúde é sem dúvidas uma das melhores estratégias para um cuidado eficiente”, informa o médico.

Exames

De acordo com a bioquímica e coordenadora técnica do Sabin Diagnóstico e Saúde, Luciana Figueira, existe uma série de exames, entre mais simples e complexos, para rastrear as doenças crônicas não transmissíveis. Nesse contexto, uma das dúvidas mais comuns de pacientes é quando e qual fazer.

No caso das doenças cardiovasculares, um dos exames mais frequentes é o de perfil lipídico, que determina as dosagens de colesterol total, das lipoproteínas HDL e LDL (ligadas ao colesterol), e de triglicerídeos (gorduras no sangue).

“Já para o diagnóstico do câncer, por meio de indicação médica, costuma-se realizar uma série de exames que vão desde a análise do sangue até os chamados marcadores tumorais, que são proteínas que funcionam como indicadores do câncer”, explica a Luciana.

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