RR: MST invade prédio do Incra e expediente é suspenso

Cerca de 60 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam o prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na manhã desta quinta-feira, 5. O movimento reivindica um projeto de assentamento para os locais que ocupou; Anel Viário e região Ametista, em Amajari.


De acordo com a representante do MST, Carla Cristina Rocha, o movimento só desocupará o Incra quando obtiver uma resposta favorável às reivindicações.

“Há dois anos estamos acampados no Anel Viário e há cinco anos no Ametista. E há um ano o Incra diz que falta alguns equipamentos de proteção individual (EPI) para iniciar os estudos das áreas. Como não sabemos nosso futuro, estamos aqui lutando por nossos direitos”.

Conforme o superintendente do Incra, Kelton Lopes, que estava dentro do prédio, enquanto o órgão permanecer ocupado pelo MST, o expediente ficará suspenso para que não haja conflitos com o público que necessite de atendimento.

A agricultora Zilda Cardoso, de 59 anos, vive em um dos lotes do Projeto de Assentamento Ajarani, no Município de Iracema, localizado a 93 quilômetros de Boa Vista. Ela aproveitou que estava na cidade e foi até o órgão para se inscrever no Cadastro Ambiental Rural (CAR), porém foi surpreendida com os portões fechados.
“Eu precisava tirar um documento, mas agora me deparei com o movimento e não sei quando vou poder retornar para a cidade, porque vir novamente será mais gasto e está tudo muito caro”.

INCRA
O superintendente do Incra, Kelton Lopes, disse que o MST já havia avisado que ocuparia o prédio, no entanto não informaram o dia. “Houve uma reunião com a Ouvidoria Agrária Nacional, ano passado, em que ficou determinado um estudo da área onde eles (integrantes do MST) estão ocupados. Por outro lado, houve um efeito suspensivo do Ministério do Trabalho que impede o perito agrário federal de fazer qualquer serviço e não podemos desobedecer a uma ação judicial”.

Conforme Lopes, o efeito suspensivo ocorreu porque está em falta equipamentos de proteção individual para os engenheiros e peritos agrônomos; o Incra não comprou o material, desta forma os trabalhos foram suspensos.
“Sem esse equipamento não tem como atender ao pedido do MST”, ressaltou o superintendente. Ele informou ainda que aguarda o movimento para uma conversa.

(Folha Boa Vista)

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