TEFÉ, minha saudade-Evangelização II

Raimunda Gil

Raimunda Gil


Com a chegada dos padres espiritanos, surgiu para Tefé a esperança de um futuro promissor.

Por Decreto da Congregação Consistorial de Pio X, de 23 de maio de 1910, a Paróquia de Tefé tornou-se sede de uma Prefeitura Apostólica e, em 16 de agosto do mesmo ano, a Santa Sé nomeou o francês espiritano Monsenhor Alfredo Michael Barrat, Prefeito Apostólico de Tefé, conferindo-lhe a “Facultas Administrandi”. Este chegou em Tefé, no dia 6 de novembro, sendo recebido com grande alegria e simpatia pelo povo e autoridades.

Monsenhor Barrat, mesmo residindo na Missão, tratou de fazer na cidade de Tefé a casa da Prefeitura Apostólica, um prédio colossal, onde antes era a casa do Cônego Dupuy. Foi iniciado em 1913. Sua inauguração data de 15 de junho de 1919, por ocasião da festa da Santíssima Trindade. Até hoje, esse prédio (Seminário São José) conserva sua arquitetura barroca e francesa, servindo como ponto turístico da cidade, haja vista sua beleza física misturada com a beleza do lago.

No dia 19 de março de 1920, foi fundado o Seminário Menor de Tefé, com a finalidade de acolher rapazes do Alto Juruá e Tefé, tendo o Pe. Manuel de Alencar como diretor. Foram muitos os rapazes que passaram pelo Seminário, inclusive o jovem Amazonino Armando Mendes, hoje destacado líder político do estado do Amazonas que, aliás, já foi governador por dois mandatos, bem como prefeito de Manaus.

Monsenhor Barrat sempre zelou pela juventude. Por isso, fundou, em 16 de janeiro de 1921, o Externato São José (Escola Paroquial) somente para meninos, sob a direção do Pe. Manuel Alencar e do antigo aluno da Missão, Isidoro Gonçalves de Souza.

Fundada a escola para meninos, a preocupação de Monsenhor Barrat era, agora, a educação das meninas. No dia 12 de julho de 1925, chegou a Tefé, as primeiras religiosas que ele havia conseguido para a Prefeitura Apostólica, depois de muitas lutas e esforços.

As religiosas pertenciam à Congregação das Franciscanas Missionárias de Maria. Eram elas: Ir. Maria do Menino Jesus, Superiora da missão, francesa; Ir. Maria Hermínia Gabriel, canadense; Ir. Maria Alberic, suíça; Ir. Maria Quirilla, italiana; Ir. Maria Maximiliana, italiana; Ir. Maria Antsfrieda, alemã; Ir. Maria Ofélia de Jesus, chilena; Ir. Maria do Precioso Sangue, portuguesa.

As Irmãs Franciscanas Missisonárias de Maria, pioneiras da educação em Tefé, cuidaram especialmente da educação das moças, com orientação religiosa, orientação para os trabalhos domésticos (costura e bordado) e formação profissional.

Monsenhor Barrat foi o grande alicerçador do que foi realizado pelos seus sucessores espiritanos. Foi ele que, enfrentando sofrimentos, fome, intempéries e doenças, levou aos mais distantes rincões a mensagem da palavra de Deus e as luzes da educação, ajudado pelos outros Missionários, que além de conquistar almas para Deus, colonizaram essas paragens longínquas do Amazonas…

(Raimunda Gil Schaeken – é professora aposentada, escritora, poeta e historiadora, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas-ASSEAM, e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas(ALCEAR).

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