Teremos uma ‘ponte entre Amazonas e Goiás’ se Bôsco Saraiva for para a Suframa?

Ilustração da foto do ex-deputado bolsonarista e o prédio da Suframa - foto: montagem

Corre a boca miúda nas tendências e forças do Partido dos Trabalhadores no Amazonas que, em se confirmando a nomeação do ex-deputado derrotado nas urnas em 2022, Bôsco Saraiva (Solidariedade), para a superintendência da Suframa, conforme ele próprio anunciou, fica implantado, em definitivo, os propósitos do ex-tucano por 33 anos e atual vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).


A até então suposta decisão do vice-presidente, vem preocupando os movimentos sociais, sindicais, empresários, políticos a cidadão comum. Todos, sem exceção, acham essa indicação no mínimo estranha.

Primeiro, por que nos seus quatro mandatos como governador de São Paulo pelo PSDB, entre 2001 a 2018, Alckmin sempre investiu contra a Zona Franca de Manaus (ZFM), no sentido de seduzir empresários, dando-lhes mais incentivos fiscais para que eles se mudassem para o parque industrial de São Paulo, do que os incentivos que era possível ser oferecido pelo governo do Amazonas, no Polo Industrial de Manaus.

ZFM é de Goiás

Segundo, por que Alckmin pode estar querendo fazer valer o que ele mesmo afirmou na 308ª Reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS), dia 24 de março último, que a “ZFM é do Brasil.

Talvez ele teve a intenção de dizer que era do ‘Estado de Goiás’, para onde o ex-deputado Bôsco Saraiva destinava as emendas parlamentares durante o seu curto, único e apático mandato como deputado federal.

Foi um escândalo na época. Visto como deputado sem expressão para os amazonenses, Bôsco Saraiva, se comprometeu em mandar R$ 2 milhões em emenda parlamentar para compra de máquinas agrícolas dentro do conhecido “esquema Bolsolão”, que distribuiu R$ 3 bilhões de verbas federais em emendas aos deputados bolsonaristas da base de apoio ao governo Bolsonaro, no Congresso.

Missão nefasta

Daí a suspeita da militância petista de que existe uma ‘missão nefasta’ dada ao provável ocupante da Suframa. Pode ser o início da transferência dos projetos do Polo Industrial de Manaus (PIM) se não for cortado pela raiz.

Ao nomear um ex-político descomprometido com o Estado, Alckimin, simplesmente, pode estar dando o play para esvaziamento da ZFM, para transferir projetos, indústrias e trabalhadores para outros estados do Brasil. Isso já está ocorrendo com a denúncia de trabalhadores sendo levados para frigoríficos em Goiânia-GO, em condições precárias de trabalho, saúde e segurança.

Sede estadual do PT Amazonas – foto: arquivo

União das forças

Mas, por mais incrível que possa parecer, o vice-presidente conseguiu unir forças internas do Partido, as mesmas que andavam divergindo na distribuição internas, a que o partido e movimentos sociais tem direito neste governo, e por razões óbvias não estavam se entendendo. Não estavam!…

Sumiço estratégico

Com exceção de um, o deputado estadual Sinésio Campos, que segundo comentam, inclusive no diretório estadual da legenda, onde ele é o presidente, que não foi encontrado desde o anúncio da suposta nomeação de Bôsco Saraiva, por que está mapeando ‘in loco’, os garimpos das terras indígenas.

Pode ser que ele também esteja planejando aliar-se ao suposto novo superintendente da Suframa e, daí, o sumiço estratégico de quem talvez esteja colocando em prática o seu plano de exploração de minérios nas regiões de garimpos e exploração mineral que ele tanto defende na Assembléia Legislativa do Amazonas (Aleam), com aval do suposto ocupante do cargo.

Lula sabe?

O mais estranho de tudo isso, no entanto, é que depois de tanta luta, tanto empenho da militância do Partido dos Trabalhadores e de partidos de esquerda no Estado para eleger o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o pessoal da direita, os que foram ao extremo para derrotar o presidente nas urnas, são os que estão sendo beneficiados no Amazonas.

Contudo, a militância ainda tem suas dúvidas: “Será que o presidente Lula sabe o que está acontecendo no Amazonas?

Sinésio, assim como Bôsco, tem histórico e postura parlamentar contraditórias. Os dois são de partido de esquerda ou de centro, mas se comportam como se fossem de direita e, ou de extrema direita.

Por uma maneira ou outra, ‘sempre estão onde tem um governo mais próximo’. E, ainda, por motivos mais desconhecidos do grande público, os melhores cargos e agrados são dados sempre a eles.

Da redação do Correio da Amazônia

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