Terras indígenas brasileiras estão com mais proteção com sistema da Funai

Foto: Divulgação

Conectado ao satélite americano Landsat-8, o Centro de Monitoramento Remoto (CMR) da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), em Brasília, monitora e analisa imagens e dados para combater desmatamentos, degradação, incêndios florestais e ocupação e uso criminosos em cerca de 600 TIs da Amazônia Legal. Dessa maneira, a 705 Km da Terra, o Brasil tem olhos que zelam pela proteção de 98% das Terras Indígenas (TIs) do país, onde vivem 867,9 mil indígenas.


Esse poderoso instrumento foi estruturado e mantido nos últimos nove anos pela Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Através dele, a Funai planeja fazer mais sete processos de desintrusão em TIs, nos próximos doze meses. De acordo com o órgão indigenista, o CMR foi fundamental para planejar e executar as ações nas Terras Alto Rio Guamá, em agosto de 2023, e em Apyterewa e Trincheira Bacajá, em novembro passado, todas no Pará. A vigilância do país nas TIs cobertas pelo CMR tem precisão de 15 metros e forma uma base de imagens e dados vetorizados, gerados de forma autônoma a partir de uma varredura espacial que ocorre a cada 16 dias.

Para a presidente da Funai, Joenia Wapichana, além de funcionarem como imensas barreiras contra o avanço do desmatamento, as TIs desempenham papel crucial na preservação da biodiversidade. “Neste dia dos Povos Indígenas, 19 de abril, precisamos chamar atenção para a proteção dos territórios indígenas. Proteger as TIs é proteger a humanidade. Devido aos modos tradicionais de vida, essas terras são as mais conservadas, em comparação com qualquer outro tipo de ocupação do solo”, diz.

O sistema da Funai também utiliza dados públicos de instituições do país inteiro. São informações fidedignas que o Estado já produz e juntas fazem um emaranhado de conhecimentos gerados e analisados diariamente pela equipe do CMR. A ferramenta permite o cruzamento de informações de diferentes temas como jurisdição das TIs, município, bioma, limitações com Unidades de Conservação, Cadastro Ambiental Rural, áreas quilombolas, imóveis certificados públicos e privados, rodovias, faixas de fronteira, dados e planos de mineração e planos de gestão territorial e ambiental. Para o trabalho de campo, em muitas situações o órgão indigenista conta com o apoio do Incra, Ibama, órgãos estaduais do Meio Ambiente, Polícia Federal e Força Nacional.

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