Tribunal manda arábes pagar ao Vasco por venda de Diego Souza, em até 30 dias

Finalmente Vasco vai receber por Diego Souza/Foto: Marcelo Sadio
Finalmente Vasco vai receber por Diego Souza/Foto: Marcelo Sadio
Finalmente Vasco vai receber por Diego Souza/Foto: Marcelo Sadio

A longa espera do Vasco para receber o dinheiro da transação de Diego Souza para o Al-Itthad, da Arábia Saudita, está próxima do fim. A Corte Arbitral do Esporte (CAS, na sigla em inglês, a maior instância jurídica do esporte), publicou ontem, a sentença favorável – com ganho integral da causa – ao clube brasileiro.


Os arábes têm 30 dias para pagar um valor calculado em quase R$ 20 milhões. Dessa quantia, o Vasco tem direito a apenas 33% – cerca de R$ 7 milhões. O restante pertence à empresa Traffic, majoritária nos direitos econômicos do jogador, que atuou pelo Sport no último Brasileiro e negocia a permanência no clube pernambucano.

O caso se arrasta desde 2012, quando Diego Souza, antigo camisa 10 e campeão da Copa do Brasil com o Vasco em 2011, foi negociado no meio do Campeonato Brasileiro. O Al-Itthad pagaria 5 milhões de euros – R$ 12,3 milhões, segundo balanço patrimonial vascaíno referente àquele ano. O julgamento no CAS era a última etapa antes da execução ao time árabe, que tentou diminuir as multas e os juros pelo atraso no tribunal, mas saiu derrotado.

As penalizações pela falta de pagamento foram altas. Os juros, que normalmente têm cobrança de 5% anual, foram a 10%, enquanto a multa pulou de 10% para 20%. As taxas aumentaram o valor da venda em quase 45% – de 5 milhões de euros para aproximadamente 7,5 milhões de euros. Se o Al-Itthad não pagar ao Vasco e à Traffic em 30 dias, o caso vai parar no Comitê Disciplinar da Fifa, o que, segundo informações de advogados que militam em casos desse tipo, provocaria um atraso ainda maior na quitação da dívida com os brasileiros. Sem quitar o débito, o Al-Itthad ficaria sujeito a punições esportivas, como perda de pontos, entre outras sanções.

A experiência em casos semelhantes à venda de Diego Souza pelo Vasco mostra que os clubes devedores buscam todas as alternativas possíveis até o momento das punições esportivas. Segundo advogados consultados pelo GloboEsporte.com, ao voltar para uma comissão na Fifa, o caso seria analisado novamente e, antes de uma eventual perda de pontos, os árabes finalmente pagam o que devem. A demora a mais pode levar até seis meses.

No julgamento anterior, em janeiro, ainda da Fifa, os auditores viram má-fé dos árabes na falta de pagamento. À época, uma empresa de marketing da Arábia Saudita chegou a enviar o pagamento da primeira parcela da venda, mas a operação financeira foi recusada pelo Banco Central brasileiro – também era contra as regras da Fifa, que exige transação financeira entre clubes. As outras parcelas eram para serem quitadas em agosto do mesmo ano e a última em janeiro de 2013, mas nada foi efetivado, o que levou os vascaínos à entidade máxima do futebol mundial em outubro de 2012.

Há duas semanas, em processo separado, mas referente ao mesmo caso – da venda de 2012 -, o jogador Diego Souza também obteve ganho de causa na Fifa. O jogador cobrava salários atrasados do clube árabe.

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