Troca de acusações marca início do cessar-fogo na Síria

Criança brinca em praça, em Damasco/Foto: AP

Poucas horas após o início do cessar-fogo na Síria, a principal aliança opositora e o governo trocaram acusações sobre violações da trégua neste sábado (27).
O esperado cessar-fogo entrou em vigor à 0h local deste sábado (19h de sexta-feira em Brasília), após um acordo fechado entre Rússia e Estados Unidos com o apoio das Nações Unidas.


Primeiro foi a agência de notícias oficial síria, a “Sana”, que informou que um suicida detonou no começo da manhã um carro-bomba na entrada da cidade de Salmiya, o que causou a morte de duas pessoas e ferimentos em outras quatro.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos atribuiu este atentado ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI), que não participam do acordo de cessar-fogo.

Pouco depois desse ataque, outro suicida detonou uma motocicleta carregada com explosivos em um dos acessos à cidade de Al Tiba, na periferia leste de Salmiya, onde pelo menos quatro pessoas morreram, acrescentou a “Sana”.

A agência declarou que houve, além disso, uma terceira explosão de um artefato, que provocou ferimentos em um civil na estrada que une Salmiya com a cidade de Kneifes. Salmiya é uma cidade de maioria ismaelita, um dos ramos do xiismo.

Antes disso, a agência informou que foguetes disparados por “grupos armados terroristas” caíram em bairros residenciais da capital Damasco, sem que por enquanto tenham sido relatadas vítimas.

Segundo a agência, “os terroristas” lançaram os projéteis desde as zonas de Khobar e Duma, duas das principais fortificações da oposição na periferia da capital síria.

A televisão estatal informou que os foguetes atingiram a praça dos Abasíes, no centro da capital, e que as forças governamentais responderiam à agressão.
Oposição também acusa

Depois, foi a vez da Coalizão Nacional Síria (CNFROS), principal aliança opositora, denunciar que as forças do governo sírio violaram o cessar-fogo em 15 zonas do país.

Em comunicado, a coalizão solicitou ao Conselho de Segurança da ONU que “atue” contra o regime de Bashar al Assad por essas infrações.

A coalizão informou que soldados governamentais e membros de milícias aliadas jogaram barris de explosivos desde helicópteros e dispararam com armas automáticas pesadas e artilharia em 15 áreas sírias em Damasco, Deraa (sul), Aleppo (norte), Homs (centro), Hama (centro) e Latakia (noroeste).

A coalizão declarou que seis barris jogados pelos helicópteros militares tiveram como alvo a cidade de Al Nahia, junto à estrada internacional que liga Aleppo a Latakia.

O secretário-geral do Comitê Político da CNFROS, Anas ao Abde, afirmou no texto que “o Exército Livre Sírio (ELS) e as facções revolucionárias continuam a cumprir a trégua” e que suas atividades se limitarão a defender os civis e as áreas sob controle insurgente.

Ele acusou o regime de atacar deliberadamente para abortar a trégua e inviabilizar uma solução política no país.
O acordo

O acordo para cessar-fogo na Síria, o primeiro desde o início do conflito, em março de 2011, foi estipulado por Rússia e Estados Unidos, e aceito pelo governo de Damasco e pela Comissão Suprema para as Negociações, coalizão opositora que engloba grupos políticos e armados à qual a CNFROS pertence.

Tanto a Frente al Nusra como o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), foram excluídos do acordo.(UOL)

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