Encontro do presidente municipal do PT-Manaus, Valdemir Santana, com a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, em Brasília, ontem (16), resultou na anulação de uma lista de 32 cargos para autarquias e órgãos federais no Amazonas, entre elas, a Suframa, Incra, Superintendência do Trabalho.
A lista de nomes havia sido aprovada pelo governo e já estava a caminho do Diário Oficial da União (DOU), para publicação e nomeações nesta sexta feira (17).
Faltou consenso
Valdemir mostrou que a lista de nomes não havia sido discutida nas instâncias dos diretórios estadual e municipal, que foi encaminhada sem que houvesse consenso da executiva e feita às escondidas por pessoa sem conhecimento das metas que as lideranças do Partido no Amazonas, tem para o Estado e os movimentos sociais.
Com isso, a presidente Gleisi Hoffmann, zelou pelo princípio da escolha democrática e ordenou a suspensão das nomeações até que os presidentes municipal do PT, Valdemir Santana, e estadual, Sinésio Campos, conversem, discutam e escolham os nomes em comum acordo.
Movimentos Sindicais
Para o presidente Municipal, Valdemir Santana, que também é presidente da CUT-AM e do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), tem que cumprir o seu papel de promotora da integração territorial dos estados da Região Note do Brasil – Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima e Amapá -, zelando pelo desenvolvimento regional, emprego e renda, destinando projetos sociais, educacionais e de pesquisas para a população do Norte do País.
“Infelizmente estas metas ficaram esquecidas por superintendentes alheios aos principais objetivos do órgão. Muitos deles, guindados ao cargo por compromissos políticos e que resultou, unicamente, em favorecimento de setores. Tanto, que alguns deputados dos cinco estados da região Norte, hoje, se posicionam contra a aplicação dos recursos oriundos dos lucros astronômicos das indústrias em projetos sociais”, apontou Santana.
A Zona Franca de Manaus só está de pé e prorrogada até 2073 por mérito e reconhecimento do presidente Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff, que sabe da necessidade de manutenção do modelo. “O que estamos querendo é não banalizar uma decisão tão importante para a Região, entregando a Suframa para quem vai fazer dela um cabide de empregos e base partidária de políticos descomprometidos com os movimentos sociais e com os trabalhadores”, resume.
Valdemir se refere ao faturamento de R$ 161,5 bilhões do Polo Industrial de Manaus (PIM), registrado no período de janeiro a novembro de 2022. Com crescimento de 7,97%, em relação a 2021, no mesmo período.
Dos R$ 161 bilhões faturados, ano a ano, as indústrias deixam de recolher 5% de impostos, para serem destinados a Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Ou seja, este montante fica com as indústrias do eletro eletroeletrônico, para serem investidos em projetos, pesquisas e investimentos em setores sociais através de institutos.
Ocorre que, essas mesmas indústrias contratam institutos indicados por políticos, sem projetos sociais e sem conhecimento de Amazônia. Alguns deles, utilizam verbas até para comprar prédios, no centro de Manaus.
Escolha dos nomes
A nova lista de nomes para os cargos federais no Amazonas, com responsabilidade social, trabalhista, fundiária, de desenvolvimento dos estados, será entregue à presidente nacional do PT, até segunda feira (20). Ela deve “apertar o botão do cumpra-se”, ainda no mesmo dia e o anúncio dos nomes que ocuparão os cargos, na sequência.
O certo é que, até o presidente Estadual do PT, Sinésio Campos, disse em entrevista, em Brasília, que concorda em gênero, número e grau com a os nomes indicados pela CUT-AM e Sindicato dos Metalúrgicos.