Vendas de autoveículos caem 15,4% no primeiro semestre de 2022

VW T Cross boas vendas - Foto: Volkswagen

Coluna Via Digital


Por Lucia Camargo Nunes

O primeiro semestre contou com o licenciamento de 851.444 automóveis e comerciais leves (autoveículos) no mercado brasileiro, resultado que representa queda de -15,4% sobre o volume licenciado no janeiro-junho de 2021.

Ainda assim, Andreta Jr, presidente da Fenabrave, entidade que reúne as concessionárias, percebe uma evolução gradativa. Ele aponta problemas de abastecimento de componentes e piora nos indicadores econômicos, como a alta nas taxas de juros, aumento do custo do crédito e constantes reajustes nos preços dos combustíveis.

A média diária mensal das vendas saltou de 5.550 unidades em janeiro para 8.270, em junho. “Havendo retomada na produção e a possível recomposição das frotas de empresas (vendas diretas), podemos ter o resultado previsto no início desse ano, que apontava aumento de mais de 4% para esse segmento”, diz Andreta Jr.

O executivo diz que as autorizadas no país têm mais de 500 mil pedidos represados de veículos e casos de fila de espera de 1 ano.

Top 10 dos mais vendidos no Amazonas no 1º semestre

Modelo Unidades
1º Chevrolet Onix 943
2º Fiat Strada 819
3º Chevrolet Onix Plus 811
4º Chevrolet S10 636
5º Volkswagen Gol 503
6º Chevrolet Tracker 423
7º Fiat Toro 400
8º Fiat Mobi 359
9º Hyundai Creta 357
10º Toyota Hilux 350

Fonte: Fenabrave / de janeiro à 1ª semana de julho

Com mercado mais equilibrado entre os diferentes segmentos de veículos (3 hatches, 4 picapes, 1 sedã e 2 SUVs), o Onix lidera os emplacamentos com boa vantagem sobre a Strada no estado do Amazonas. No país, a picape Fiat é o veículo mais vendido no semestre, com ampla vantagem sobre HB20 e Chevrolet Onix, que vêm logo na sequência.

Motos e caminhões impulsionam mercado

Honda CG 160, moto mais vendida do país – Foto: Honda

Quando analisamos o mercado geral – emplacamentos de autoveículos, caminhões, ônibus e motos – a perspectiva é um pouco melhor: ao invés de uma alta de 5,3% projetado em janeiro, o cenário que se desenha agora é que o ano encerrará com aumento de 5,5%. O otimismo vem da boa performance de caminhões e motocicletas.

O setor de duas rodas empurrou uma alta de 23% de janeiro a junho. Para Andreta Jr., há um claro efeito de substituição do carro pela moto em função dos preços dos combustíveis, da queda na renda pela inflação e a priorização do transporte individual. O segmento já vinha crescendo em função do aumento dos serviços de entrega.

Produção em queda

A produção no semestre acumula 1,092 milhão de autoveículos, queda de -5% em relação aos primeiros seis meses do ano passado. “A crise global dos semicondutores vem se prolongando, em função de novos fatores como a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China, que afetam o fornecimento de insumos e a logística global”, afirma Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Em suas projeções para 2022, a nova expectativa da produção é de fechar o ano com 2,340 milhões de unidades, alta de 4,1% sobre 2021. Para vendas internas, espera-se chegar a 2,140 milhões de autoveículos licenciados, crescimento de 1%.

Importados também recuam

Volvo XC60 importado mais vendido no semestre – Foto: Volvo

A situação da Abeifa, que representa 11 marcas de veículos importados, não é diferente. No acumulado do semestre, a entidade anota baixa de -37,3% (8.265 unidades este ano x 13.181 veículos em 2021).

“A demanda de mercado continua aquecida. Mas, infelizmente, a oferta de produtos importados esbarra na falta de componentes, o que provoca desabastecimento. Também observamos diversas atualizações de portfólio e aceleração no crescimento da eletrificação veicular, demandando algum tempo de adaptação do mercado”, opina João Henrique de Oliveira, presidente da Abeifa.

Com novos design e conteúdos, será que o HB20 continuará líder?

Novo HB20 2023 – Foto: Hyundai

O Hyundai HB20 chega à linha 2023 com a mesma alma, mas renovado. Mesma alma porque o atual líder de vendas nacional manteve os bons motores, ganhou uma reestilização após uma segunda geração que não agradou tanto e aproveita a mudança de linha para receber um upgrade de tecnologias e segurança.

O design da terceira geração tem tudo para agradar: mais agressivo e esportivo, o compacto exibe frente imponente e traseira com destaque às novas lanternas interligadas por uma faixa.

Mantendo os bons motores 1.0 aspirado de 80 cv e 1.0 turbo de até 120 cv, o novo HB20 terá seis versões com preços* entre R$ 76.690 e R$ 114.390.

Todas são equipadas com 6 airbags, freios ABS com EBD, limitador de velocidade, piloto automático, controles eletrônicos de estabilidade e tração, sinalização de frenagem de emergência e assistente de partida em rampa.

A topo de linha conta ainda com assistências ao motorista só vistas em carros maiores: de permanência e centralização na faixa de rodagem, frenagem autônoma de emergência que detecta ciclistas e pedestres e alerta de tráfego na traseira com frenagem autônoma.

Entre os itens de conforto, conforme a versão, a possibilidade de ligar o carro a distância, conexão e carregamento sem fio e sistema Bluelink com wi-fi gratuito por 3 anos.

Não há dúvidas que o novo HB20 reúne credenciais para se manter no topo: design mais harmonioso e uma oferta atraente de features. Ao volante, o HB20 turbo é arisco e divertido. E para finalizar, é um carro com excelente aceitação no mercado de usados. A concorrência é que vai ter de se mexer para alcançá-lo.

(*os preços informados são baseados em Brasília e podem variar conforme o ICMS de cada Estado)

Lucia Camargo Nunes é economista e jornalista especializada no setor automotivo, editora do portal www.viadigital.com.br. E-mail: [email protected]

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