Vendas de carros novos no Amazonas têm queda de 32%, acima da média nacional

Manaus – A crise econômica continua a castigar o mercado de vendas de carros novos no Amazonas. As vendas de veículos novos caíram 32,20%, no Estado, nos primeiros quatro meses do ano. O índice está acima da média nacional que chegou a quase 28%, o pior resultado para o primeiro quadrimestre em dez anos. Os dados são da Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).


“A situação está crítica, não temos conseguido bater a meta, e o problema é a dificuldade de crédito, o desemprego, principalmente, aqui no Distrito Industrial, que demitiu muita gente”, disse o gerente-geral da Solimões Veículos, Paulo Cunha. Segundo ele, o perfil do consumidor mudou. “Aquela faixa de comprador do Distrito saiu do mercado, porque houve um retrocesso da classe C para D”, explicou.

Foram vendidos 5.761 carros a menos no Amazonas de janeiro a abril deste ano em comparação ao mesmo período de 2015. No acumulado dos quatro primeiros meses de 2015, 17.893 unidades foram comercializadas frente a 12.132 unidades no mesmo intervalo deste ano. De acordo com a Fenabrave, autos e comerciais leves (-30,75%), caminhões e ônibus (-63,87%) e motocicletas (-33,32%) apresentaram retração nesse período.

Segundo o gerente-geral da Solimões Veículos, os poucos negócios fechados têm sido feitos com a troca dos carros usados dos clientes, que conseguem a liberação da diferença do valor dos veículos novos com os bancos, e com a contemplação de consórcios. “As vendas de veículos no geral caíram 38% e consórcios 60% (…) Essa queda vem sendo sentida desde julho de 2014”, afirmou.

Na comparação dos meses de abril de 2016 e de 2015, a queda foi de 31,29% no Amazonas, com comercialização de 1.381 veículos a menos neste ano. Foram vendidos 4.414 carros no quarto mês do ano passado contra 3.033 no mesmo mês de 2016. Nesse período, a comercialização de autos e comerciais leves apresentou retração de 38,41%.
No País, as vendas de carros caíram 27,9% de janeiro a abril em relação ao mesmo período do ano passado. Com 644,2 mil unidades, foi o pior resultado para o primeiro quadrimestre em dez anos. O desempenho do mês de abril também foi o mais baixo para o mês desde 2006, com vendas de 162,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. “Falta confiança dos consumidores e definição política, pois ninguém sabe para onde está indo o barco”, disse o diretor da consultoria ADK, Paulo Roberto Garbossa.

Crise gera fechamento de revendas e 16 mil demissões
A falta de reação do mercado de veículos no Brasil tem resultado em um número cada vez maior de concessionárias que tiveram de encerrar seus negócios. De janeiro a abril deste ano, são 404 revendas a menos, para um total de 6.299 lojas em operação, conforme a Fenabrave. Com isso, 16 mil trabalhadores foram demitidos nos primeiros quatro meses do ano.

Em 2015, quando a venda de veículos caiu 26,5%, foram 627 revendas a menos e 32 mil vagas de emprego fechadas. Com isso, no acumulado de janeiro de 2015 a abril de 2016, houve uma redução de 1.031 no número de concessionárias no Brasil, com 48 mil trabalhadores demitidos.

Além disso, a expectativa do segmento para o restante deste ano ficou pior. A Fenabrave revisou para baixo a sua previsão para as vendas em 2016, de queda de 5,8% para recuo de 9,8%. “A situação econômica e política se agravou de tal maneira que ultrapassou todos os nossos estudos e as nossas expectativas”, explicou o presidente da instituição, Alarico Assumpção Jr, acrescentando que a falta de concessão de crédito contribui para a piora. Segundo ele, a cada 10 pedidos de financiamento, apenas três estão sendo aprovados pelas instituições financeiras.

(Jornal Floripa)

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