Wilsom Lisboa defende ingresso de brasileiros em Universidades Bolivianas

Deputado Wilsom Lisboa, com a comissão da na Bolívia/Foto: Divulgação
Deputado Wilsom Lisboa, com a comissão da na Bolívia/Foto: Divulgação
Deputado Wilsom Lisboa, com a comissão da UPM, na Bolívia/Foto: Divulgação

Juntamente com a comitiva da União dos Parlamentares do Mercosul (UPM), o deputado estadual Wilson Lisboa (PCdoB), viajou à Bolívia com o intuito de resolver impasses, em Santa Cruz de La Sierra, onde estudam pelo menos 20 mil brasileiros. A comissão é formada pela deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) e pelos deputados estaduais Kennedy Nunes (PSD-SC), Eduardo Farias (PCdoB-AC), Francisco Souza (PSC-AM), Wanderley Barbosa (PSB-TO).

De acordo com o deputado Wilson Lisboa, o grupo participou de várias reuniões com alunos, reitores das universidades locais, além do Parlamento boliviano, ministérios da Educação e Saúde e Embaixada do Brasil. Nas reuniões foram discutidos vários assuntos referentes ao estudantes brasileiros, que cursam medicina no país, bem como a burocracia para conseguir visto definitivo e as dificuldades para participar de estágio e exame de grado.


Para Lisboa, o encontro na Bolívia foi considerado produtivo e serve para fortalecer a interação entre os países. “O mercado não pode passar batido. Para se ter uma ideia, hoje entram na Bolívia quase US$ 300 milhões por ano só com ida de estudantes brasileiros e o interesse precisa ser o mesmo nos países do Peru, Paraguai, Uruguai e Argentina. Há demanda e o curso é mais barato do que o Brasil” disse Lisboa.

Avanços

O encontro, entre a comitiva e os ministérios da Educação e da Saúde, mostrou que a falta de comunicação entre o Estado boliviano e os estudantes brasileiros é um dos entraves. Tanto os estudantes não sabiam de ações do governo, como o governo não tinha conhecimento dos problemas enfrentados pelos estudantes. Os deputados brasileiros fizeram a ponte para esclarecer vários pontos divergentes.

A orientação da Embaixada brasileira é que o estudante que pretende estudar na Bolívia tire o visto ainda no Brasil, para evitar aborrecimentos.O acordo bilateral entre os países acelera o processo, no entanto, por desconhecimento, muitos estudantes saem do país com o visto para turista.

Portal da Transparência

Após a visita dos deputados em outubro de 2013, o presidente Evo Morales baixou um decreto dando seis meses para que o Ministério da Educação realize o exame. A partir de julho, um portal da transparência vai disponibilizar informações sobe os processos de cada aluno.

Por falta de locais para estágios, muitos alunos são obrigados a esperar até dois anos para conseguir realizar sua província (equivalente à residência no Brasil), a comitiva pediu que se avaliasse a possibilidade de que o internato fosse feito no Brasil, com o reconhecimento das instituições bolivianas.

Os deputados solicitaram aos reitores que sejam mais rígidos na inscrição dos alunos. Porque, na tentativa de facilitar o ingresso ao curso, as universidades fazem vistas grossas à falta de um carimbo, ou mesmo um documento. Isso causa grande transtorno depois, impedindo a realização do exame de grado.

Por solicitação da deputada Perpétua, será criado um Grupo de Trabalho, onde terão acento o Ministério da Saúde, o Ministério da Educação, a Associação das Universidades Privadas, o Conselho das Universidades Públicas e representante dos alunos. Esse grupo deverá ser capitaneado pelo Congresso Nacional da Bolívia através da Comissão de Educação e reunir-se, periodicamente, para tratar assuntos como os discutidos durante o encontro com a comitiva brasileira.

Mais médicos

Podem inscrever-se no Programa Mais Médicos países que tenham pelo menos 2,8 médicos para cada mil habitantes. Enquanto Cuba conta com 6,8 médicos para cada mil habitantes e a Espanha 3,2; a Bolívia possui apenas 1,7 médicos por mil habitantes; no entanto, forma médicos em quantidade suficiente para ingressar no Programa Mais Médicos. Isso não acontece porque os formandos recebem o diploma, mas não o registro profissional, por não terem visto de trabalho permanente no país. A sugestão apresentada foi de as instituições darem, a exemplo do Brasil, o registro como clínico geral, depois o estudante busca a especialidade médica.

Para o deputado Kennedy, a Bolívia vai aumentar seu índice de médicos por habitantes e os formandos poderão participar do Programa Mais Médicos. “Seria interessante que médicos brasileiros egressos das universidades bolivianas pudessem participar do Mais Médicos e ocupar as inúmeras vagas existentes”, vislumbra Kennedy.

Artigo anteriorPrêmio Prefeito Empreendedor – Por: Garcia Neto
Próximo artigoProdutos da agricultura familiar foram tema da Semana do Meio Ambiente 2014

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui