A implosão da qualidade de ensino – por Flávio Lauria

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Professor Universitário

Caros(a) leitores(a), confesso que ainda não tinha visto, com raríssimas exceções, pela má gestão, ou por improbidade do próprio dono de uma Faculdade, a falência como vi da Gama Filho no Rio de Janeiro depois transformada em UniverCidade. O topo dos prédios de Ipanema e da Lagoa, que costumavam ostentar o letreiro do Centro Universitário da Cidade, uma das faculdades mais importantes do Rio, está com água acumulada, placas de granito da fachada estão caindo. Na frente do edifício, andaimes entulhados estão enferrujando. Mas o que acontece quando uma Universidade do porte da Gama Filho é vendida e vai a falência. Má gestão com certeza.


Há outros problemas educacionais que não são agradáveis nem confortáveis de enfrentar. Um deles é a baixa qualidade acadêmica de muitos professores. Esse é um problema que deve ser confrontado e lidado se desejarmos melhorar a qualidade da nossa educação. Muitos estados exigem que os futuros professores sejam aprovados em um exame de certificação. Há questões que professores não conseguem responder dependendo da matéria que lecionam. O meu palpite é que essas questões um estudante de oitavo ou nono ano conseguiria responder. Tais evidências demonstram o padrão baixo que os estados determinam para alguém se tornar um professor certificado. Até mesmo com expectativas tão baixas, graduados de ensino superior foram reprovados em exames e em outros testes de certificação similares. Recentemente, o estado de Nova York, depois de uma disputa de anos nos tribunais, revogou o seu teste de letramento de professores em meio a alegações de racismo.

Uma investigação de 2011 pela WSB-TB constatou que mais de 700 professores do estado da Geórgia foram reprovados repetidamente em pelo menos uma das partes do exame de certificação exigidas para receber a certificação de docência. Quase 60 professores foram reprovados no exame mais de 10 vezes, e um professor foi reprovado 18 vezes. Havia 297 professores na folha de pagamento do sistema educacional de Atlanta que foram reprovados no exame estadual de certificação pelo menos cinco vezes. Com algumas exceções, as escolas de educação representam as favelas das faculdades.

Elas tendem a ser a casa dos estudantes que tem os menores desempenhos acadêmicos – por exemplo, nos exames quando ingressam no ensino superior. Eles também tendem a ter as menores pontuações quando se formam e decidem fazer exames de admissão em pós-graduações – como GRE, MCAT e LSAT. Os professores das escolas de educação tendem a ter os menores níveis de credibilidade acadêmica. Você pode perguntar: Sem escolas de educação, como os professores seriam treinados? Eu acredito que nós deveríamos adotar uma prática em que os professores são contratados de acordo com o seu diploma de graduação. Eu descobri isso falando com a diretora de uma escola particular. Ela disse que não contrata profissionais formados em educação. Ela disse que para contratar um professor de química, matemática, inglês ou qualquer outra disciplina, o candidato deve ter um diploma de graduação na área. Técnicas pedagógicas podem ser aprendidas por meio de treinamento formal, consultoria e experiência.

Tudo isso, é para falar da implosão que acontecerá domingo, dia 05 em Piedade, onde o destino da antiga universidade Gama Filho em Piedade na Zona Norte do Rio, vai ganhar seu último capítulo. As 7:00 da manhã, o vasto terreno de dezoito mil metros quadrados, deixará de ser um lugar de aprendizagem, num país tão pobre de cultura e de ensino, e passará a ter um novo destino, será transformada no Parque Piedade. A propósito eu peço: piedade a juventude desse país, tão pobre de ensino de qualidade, vendo a cada dia as Universidades, aliás, os donos, ficarem milionários, sem se importarem com a qualidade. É triste.

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