Água doce e o sequestro de carbono representam o futuro do Amazonas

Professor José Melo (Pros), em entrevista sobre sustentabilidade - foto: divulgação

O ex-governador e pré-candidato a deputado estadual, José Melo (PROS), credita nas novas matrizes econômicas as chances do estado ampliar as reservas econômicas.


Quem olha o Rio Amazonas não imagina o quanto o líquido contido na maior bacia hidrográfica do mundo pode gerar em riquezas. Cerca de 20% da água doce do planeta se concentra ao longo do curso estimado em sete mil km².

O ex-governador e pré-candidato a deputado estadual, José Melo (PROS), diante da iminente escassez de água no mundo, visualiza no rio potencial hídrico para elevar os ganhos tanto para o estado quanto para a população em geral.

Em entrevista concedida à Rádio Cavok, para o radialista Renato Pitanga e para o empresário Milton Cordeiro Júnior, o pré-candidato explicou detalhadamente seus principais projetos voltados à exploração consciente dos recursos naturais, dentre eles, o mais importante deles, a água.

“As próximas crises mundiais, conforme a ONU (Organização das Nações Unidas), terão como causa a escassez de alimentos e de água doce. Parte da solução para ambas as crises está no Amazonas. A água doce será uma commodity, sendo o Amazonas o seu maior fornecedor. Essa realidade está próxima. Estudos indicam que 32% da água doce disponível na Terra já desapareceu ao longo de 200 anos. Inversamente, as atividades econômicas que precisam de água cresceram em progressão geométrica. A agricultura demanda muita água. Então, estados como o nosso, que possuem uma grande quantidade deste líquido, com as crises futuras, serão os grandes fornecedores de água. Um exemplo disso é o Canadá. Há mais de 50 anos o Canadá troca petróleo por água doce com os países árabes. Chegou o momento do Amazonas ser inserido neste comércio lucrativo”, disse Melo.

As águas do estado atraem os turistas pelas belezas naturais, intactas em muitas áreas, e também os investidores, que enxergam aqui possibilidades de ganhos permanentes. “É necessário criar leis para garantir que o investidor possa vir para cá e aplicar R$ 1 bilhão, por exemplo, na criação de jaraqui, peixe rico em ômega 3, que controla o colesterol e melhora a memória, entre outros benefícios. É preciso que esse peixe saia daqui com ‘selo verde’. A certificação garante a preservação da natureza a e a geração de riquezas”, disse o ex-governador.

Carbono é patrimônio nosso

Uma das preocupações de Melo quanto às tecnologias que garantam a sustentabilidade ambiental passa também pela garantia dos direitos do Amazonas sobre os investimentos provenientes da redução de emissão de carbono na atmosfera, como bônus ou títulos negociáveis.

Detentor de uma grande parcela da Floresta Amazônica, o estado do Amazonas pode ser considerado um dos principais herdeiros desses ganhos. “Não podemos abrir mão desse patrimônio. Para isso, temos que ter leis, temos que ter regras. O nosso nicho é a questão ambiental e o que essa floresta tem de benefícios. O que encanta é o seu tamanho, a sua riqueza, exuberância e a sua funcionalidade para o mundo ao ‘sequestrar’ o carbono da atmosfera”, afirmou.

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