Amigos de amazonense morto na Venezuela relata como ocorreu emboscada

O empresário Rainey da Silva dirigia o segundo carro do comboio/Foto: Inaê Brandão/G1 RR

O comboio que acompanhava o brasileiro Amaury Castro da Silva, morto no sábado (12) na Venezuela durante um assalto, chegou a Roraima nesta terça-feira (16). Eles seguem para o Amazonas na quarta (13). Em entrevista, eles relataram como ocorreu a emboscada.


O corpo de Amaury, que trabalhava em uma empresa de aviação, e a família chegaram ao Brasil na tarde desta segunda-feira (15). Ele foi velado e enterrado nesta tarde em Manaus.

O empresário Rainey da Silva, que coordenava a viagem com destino à Ilha de Margarita, contou que o comboio com oito carros transitava entre as cidades de Upatah e San Félix, ambas no estado de Bolívar, quando observou três homens armados na beira da estrada e dois carros.

“Meu carro era o segundo no comboio e vi na estrada dois homens com uma arma de pequeno calibre e o outro com uma de grosso calibre. Além disso, os dois carros tentaram me fechar. Nesse momento avisei pelo rádio a todos os carros para correr porque vi que era uma emboscada”, lembrou Rainey.

O carro de Amaury, era o quinto da fila do comboio. O grupo de cerca de 35 pessoas viajava às 22h30 quando o assalto ocorreu. Eles usavam rádios para se comunicar durante a viagem.

Após o alerta de Rainey, os demais carros do comboio começaram a escapar, mas os amigos relataram crer que a Amaury teve dificuldade para acompanhar a velocidade dos demais.

O motorista que dirigia o último carro do comboio relatou que chegou a ouvir dois tiros e pedidos de socorro no rádio, mas disse que não sabia o que estava acontecendo.

Os disparos foram feitos com os carros em movimento. Segundo Rainey, um tiro acertou Amaury embaixo do braço esquerdo e saiu pelas costelas do lado direito. A mesma bala pegou de raspão no braço da esposa dele. O outro tiro não atingiu ninguém.

O empresário Rainey da Silva dirigia o segundo carro do comboio/Foto: Inaê Brandão/G1 RR

Além de Amaury e da esposa, os dois filhos adolescentes do casal estavam no veículo no banco traseiro.

A mulher do turista executado contou aos amigos que após o tiro atingir o marido, a família parou o carro e os bandidos roubaram alguns itens e aparelhos eletrônicos.

Depois que os criminosos escaparam, eles colocaram o brasileiro ferido no banco traseiro e dirigiriam por cerca de 10 minutos até um posto policial onde o restante do grupo se preparava para voltar com os agentes venezuelanos.

“Cheguei a sentir o pulso dele e, pela minha experiência -sou formado em enfermagem- sabia que ele não ia resistir. Os médicos disseram que ele chegou sem vida ao hospital”, disse Rainey.

Ainda segundo o grupo, uma testemunha que chegou depois deles e antes de Amaury no posto policial, contou que viu o brasileiro ferido e que um terceiro carro também estaria auxiliando no assalto.

Após o crime, o grupo de turistas chegou até a cidade de Porto Ordaz na Venezuela onde receberam auxílio de conhecidos, do governo de Roraima e do governo Venezuelano. Eles receberam escolta da polícia venezuelana para chegar até o Brasil.

“Nunca imaginei que iria passar por uma situação daquelas, colocar minha família em risco. Parece coisa de filme. Foi a última vez que fui na Venezuela. Infelizmente aconteceu uma tragédia com o nosso amigo, mas podia ser qualquer um de nós”, lamentou o servidor público Sandro Lima da Silva.

Fonte: G1

Artigo anteriorDupla é presa por tráfico de drogas no bairro da Compensa, Zona Oeste de Manaus
Próximo artigoSuspeitos de assassinarem amazonense na Venezuela são detidos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui