O desemprego no Polo Industrial do Amazonas (PIM) atingiu o seu maior nível, no quarto trimestre de 2014 com o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas registrando mais de 25 mil demissões até o último dia 1º de novembro.
Os trabalhadores do setor de duas rodas são os mais prejudicados com a forte retração dos empregos no PIM. A Moto Honda, Dafra, Yamaha foram as que mais demitiram, com aproximadamente 6 mil empregos a menos. A falta de financiamento bancário e o alto preço do seguro, são os vilões da queda de vendas de motocicletas no Brasil. As exportações para a Argentina também reduziram.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Valdemir Santana, até o final do ano a previsão é de 28 mil demissões, devido a forte retração registrada também no polo do eletroeletrônico. A Philco e a Lenovo (ex-CCE), demitiram juntas mais de 4 mil trabalhadores.
Mas há registro de admissões nas fábricas da LG e na Samsung e nas fábricas da linha branca, principalmente as de Ar Condicionados e Micro Ondas, que estão em crescimento por conta da quebra do dumping praticado no Porto de Santos e nas indústrias de São Paulo. “Não foi o suficiente para reverter a queda de empregos no restante do PIM”, afirma Valdemir.
O presidente dos Metalúrgicos alerta para a prática do dumping no setor de Duas Rodas, que pode demitir mais 20 mil trabalhadores nos próximos meses. O exemplo é a Moto Honda da Amazônia, que compra componentes na China pela metade do preço, prejudicando os fornecedores brasileiros, que pagam ICMS, mas empregam.
As denúncias de Valdemir na rádio Tiradentes, nessa manhã do dia (11), chamou atenção do secretário de Planejamento do Estado – Seplan-AM, Airton Ângelo Claudino, que já chamou a direção da fábrica Lenovo a prestar explicações sobre o número excessivo de demissões em sua linha de produção.
