Clima esquenta entre PT e PSDB na votação do Marco Civil da Internet no Senado

Durante debate sobre Marco Civil da Internet, Lindbergh Farias se defendeu de deputado tucano, que apelou usando ‘dedo em riste’
Pedro França /Agência Senado

Durante a discussão do texto do Marco Civil da Internet no plenário do Senado, nesta terça-feira (22), o senador e pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves (MG), e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ) trocaram provocações na tribuna do plenário. O tucano Mário Couto (PA) saiu em defesa de Aécio e também entrou na discussão.


Os senadores debatiam o requerimento, apresentado pelo PMDB, para inversão da pauta do plenário. Com a manobra, o projeto do Marco Civil, que era o último item da pauta, passou a ser o primeiro.

A estratégia é para dar celeridade à tramitação e permitir que o texto seja enviado para sanção da presidente Dilma Rousseff o mais rápido possível.

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No entanto, partidos de oposição como o DEM e o PSDB, se posicionaram contra a aprovação imediata do texto e pediram mais tempo para analisar a proposta e apresentar emendas que pudessem melhorá-la.

O PSDB acusa a presidente Dilma Rousseff de interferir no Senado, exigindo a aprovação do texto para apresentá-lo, como lei, na conferência internacional sobre governança da internet, que começa nesta quarta-feira (23), em São Paulo.

Mas, para Lindbergh Farias, a estratégia dos tucanos foi “um tiro no pé”. O senador alegou que o projeto é de interesse de todos os brasileiros e se posicionar contra o Marco Civil da Internet é contrariar o interesse do povo.

Aécio Neves reagiu à provocação e acusou Farias de querer “apequenar” o debate, levando a discussão para o âmbito político. O tucano disse ainda que o petista estava atrasado na discussão.

— O senador Lindbergh chegou agora e não sabe do que está falando.

Lindbergh pediu novamente a palavra para responder à Aécio, e acusou o senador de não ter autoridade para falar de atrasos e assiduidade.

— O senhor [Aécio] não é dos mais assíduos aqui, então não venha falar de autoridade.

Mário Couto (PSDB-PA) entrou na discussão e, com o dedo em riste, se aproximou de Lindbergh para defender Aécio Neves e seu partido. O senador petista reagiu.

— Não aponte o dedo para a minha cara, não.

Como os ânimos se exaltaram, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que está presidindo a sessão, foi obrigado a cortar os microfones do plenário e encerrar o debate.

— Eu peço aos senadores calma. Nós encerraremos o debate e vamos abrir o painel para fazer a apuração dos votos.

A oposição foi derrotada e o requerimento de inversão de pauta foi aprovado por 46 votos a favor e 15 contrários. Com isso, os senadores devem votar ainda nesta terça-feira o Marco Civil da Internet.

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