CMM realiza audiência pública e sociedade questiona ausência de 40 vereadores

Audiência pública tema da Campanha da Fraternidade - Foto: Divulgação

Políticas Públicas. Além de ser o tema da Campanha da Fraternidade desse ano, foi o assunto da audiência pública realizada nesta terça-feira (12) no plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM). O proponente, vereador Elias Emanuel (PSDB) teve como principal objetivo reunir lideranças, entes representativos e sociedade civil, e assim construir um gesto concreto para toda a sociedade.


A Campanha da Fraternidade é realizada anualmente no período da Quaresma. Cada ano é escolhido um tema que define a realidade a ser transformada e um lema que mostra em que direção se busca a transformação. Este ano, o lema é “serás libertado pelo direito da justiça”.

Representando o bispo emérito de Manaus, Dom Sérgio Castriani, frei Paulo cita a forma transformadora do evangelho no cotidiano das comunidades. “A política é essencialmente o cuidado para com o que é o bem comum. É a busca de realizar ações que ajudem a integração de todos na sociedade”.

O frei pediu integração entre sociedade civil e órgãos públicos, para que as políticas públicas da cidade sejam aplicadas efetivamente e de forma mais justa a todos. “Políticas públicas com ações comuns, realmente públicas, pertencentes à todos. É tarefa não só dos cristãos participar da elaboração e concretização de ações que visem moderar a vida das pessoas”, concluiu o representante da igreja católica.

Audiência pública tema da Campanha da Fraternidade – Foto: Divulgação

Outro representante, foi o doutor Alberto Jorge Silva, da Articulação Amazônica dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Aratrama), que criticou o excesso de impostos, pediu mais atenção dos gestores públicos para com as pessoas e justiça com os inúmeros crimes que vem ocorrendo com as minorias.

“É preciso ir a fundo, que se investigue a fundo os casos de milícia e tantos outros. É um absurdo o descaso com o sangue daqueles que morreram e clamam por justiça. O Brasil em 2016 teve uma carga tributária que somou 32,43 % do PIB, ou seja, bem mais do que os 20% que causaram a derrama lá do Brasil Colônia o que nos leva ao questionamento: O que estão fazendo com os nossos impostos?”, indaga Alberto.

Na oportunidade, o coordenador da Aratrama criticou ainda a nova taxa criada pelo município, conhecida como a Taxa do Lixo. “Nos falta uma política de moradia, os bolsões de miséria vem
se alastrando por todos os lados, saúde não tem investimento. E eu quero citar apenas um modal que é a saúde mental. O número de Caps é insuficiente, o atendimento à população é ineficiente. A falta de fiscalização e interesse as áreas de proteção ambiental tem causado os excessos de invasões e pouco tem feito para evitar”, concluiu Alberto.

Apesar de relevante, a audiência contou com a presença apenas do vereador proponente e isso incomodou os presentes que fizeram questão de destacar o desinteresse dos demais parlamentares, uma vez que eles foram eleitos para representar a população.

“Onde eles estão? Aqueles que deveriam nos ouvir para melhor nos representar? Como dos 41 vereadores que essa casa possui, só um se interessa em escutar, debater e anotar as demandas que nós temos? Políticas públicas devem ser feitas por todos, inclusive por nós, pessoas comuns que hoje só são vistas como currais eleitoreiro”, criticou João Luiz, do movimento católico.

Para o vereador Elias Emanuel, é necessário refletir sobre o assunto. “Precisamos trazer reflexão para o atual momento que o país vive, além da luta pelos direitos já garantidos pela Constituição Federal. O texto base da campanha descreve entre outros tópicos, o ciclo e as etapas de uma política pública fazendo a distinção entre as políticas de governo e do Estado”, finalizou o parlamentar.

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