Concorrentes à presidência do INCRA no Amazonas já passam de Oito

Wagner Santana reunido com trabalhadores rurais do Amazonas - foto: divulgação

De uns 15 dias para cá, o número de pretendentes ao cargo de presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, no Amazonas (Incra-AM) cresceu em pelo menos uns 800%. De 01 (um) concorrente no final de janeiro de 2023, os nomes que se ‘dizem dispostos’ a dirigir a autarquia no Estado, subiu para 08 (oito) num piscar de olhos.


Na verdade, estão todos articulando em Brasília, junto às suas bases, ao cargo que terá mais trabalho e problemas para serem resolvidos, que destaque, salário e visibilidade política.

Para o primeiro secretário do Instituto de Terras do Amazonas (ITEAM), Wagner Santana, “não é o cargo pelo cargo que está em jogo, mas o que o Incra que ficou em estado de calamidade no governo anterior, pode fazer pelo trabalhador Rural, no Amazonas”. Ele também pleiteia o cargo.

Concorrência

Os vários concorrentes entraram numa corrida desenfreada unicamente pelo posto, sem observar que é necessário pensar em projetos, em reforma agrária, na reorganização fundiária, em moradias, no próprio Incra como instituição forte e representativa para o setor agrícola no Estado.

Wagner sabe das dificuldades de reerguer uma administração que sobreviveu à mais cruel escassez de recursos e esvaziamento do Instituto, imposto por governos descomprometidos com os trabalhadores rurais e com quem mora e depende da Terra para a sua sobrevivência.

Pernoite nos corredores

Para conseguir a cobiçada vaga de presidente do Incra no Amazonas, no entanto, há quem circule e até pernoite nos corredores palacianos com cobertor e colchonetes importados.

Representantes do setor agrícola no Estado, tem visto ex-parlamentares João Pedro, Eron Bezerra, José Ricardo, Ricardo Morais, o sociólogo Lúcio Carril e mais uns três ávidos por fazer reforma agrária no Amazonas. “Eles se fazem visíveis aos prováveis indicadores deste cargo, como se pede a benção ao padre para se salvar da perdição”, garantem.

“Hoje, o Incra assume o título de órgão mais concorrido, cobiçado e disputado no Planalto, para o Amazonas”, informam.

Reestruturação

Depois de anos sem recursos, sem demandas atendidas, esvaziado e impedido de atuar, o Incra-AM vai precisar de reestruturação, de apoio dos movimentos da Terra, dos Sindicatos e Federações da agricultura familiar, vai precisar desenvolver ações tanto no campo ambiental, quanto de regularização de terras, de liberação de incentivos, de recursos, de habitações rurais e, principalmente, não vai poder se dar ao luxo de servir apenas como plataforma política partidária.

Confederação e Federação

A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) e a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado Amazonas (Fetagri) são fiadoras deste processo e desejam participação na escolha do próximo presidente do Incra.

Com esse pensamento, Wagner Santana avalia que no meio da disputa pela presidência do Incra, estão os trabalhadores rurais. “O Campo está abandonado, há pelo menos seis, sete, dez anos. Neste período, os trabalhadores estiveram à margem das decisões e dos programas das últimas gestões federais.

Expectativas dos trabalhadores

“Então, quem entrar na presidência do Incra, terá uma grande responsabilidade. Até porque, a expectativa dos trabalhadores é por ações imediatas e, isso vai exigir muito trabalho do próximo gestor”, avalia Wagner Santana.

“O setor primário está, simplesmente, abandonado no Estado do Amazonas. É certo, que existe o esforço da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), neste setor, mas também é certo que sem o aparelhamento federal, a Secretaria não vai conseguir agir com a mesma desenvoltura para as demandas do Estado”, finaliza o ex-secretário do Iteam, Wagner Santana.

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