Dia Mundial da Infância: FCECON faz alerta para o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil

Foto: Rafael Marques/Hemoam

No Dia Mundial da Infância, celebrado neste dia 21 de março, a oncopediatra da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), Jeanne Lee, faz alerta para a importância do acompanhamento pediátrico e do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil.


No Amazonas, segundo dados dos Registros Hospitalares de Câncer (RHC), em média, 50 crianças foram diagnosticadas, em 2019 somente na FCecon, sendo a estimativa no estado de cerca de 160 casos novos por ano.

O câncer é um conjunto de doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais, que podem ocorrer em qualquer local do organismo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Jeanne Lee, oncopediatra da FCecon – Foto: Roberto Carlos e Tácio Melo/Secom

Segundo a oncopediatra, há uma predominância de tipos de câncer infantojuvenil: leucemia, neoplasias de SNC e linfomas em todas as faixas etárias. A maioria dos sintomas são inespecíficos, o que pode dificultar o diagnóstico se não for investigado. Febre, dor abdominal, vômitos e perda de peso são sintomas que podem passar despercebidos pelos pais ou responsáveis e até mesmo pelos profissionais de saúde, por serem sinais comuns a outras doenças da infância.

“Algumas neoplasias atingem com mais frequência determinada faixa etária. Por exemplo, o retinoblastoma, câncer de retina, em crianças pequenas e tumores ósseos em adolescentes. Os sintomas são muitas vezes inespecíficos e comuns a outras doenças, mas devem acender o alerta para o câncer naquelas crianças que voltam várias vezes ao serviço de urgência com sintomas e sinais persistentes ou que aumentam de intensidade”, afirmou Jeanne Lee.

Conforme a médica, existem ainda sintomas pouco comuns, como alteração da marcha, perda da visão e estrabismo, que podem ser manifestações de neoplasias do Sistema Nervoso Central (SNC); e reflexo esbranquiçado nos olhos, que pode ser sinal de um retinoblastoma.

Diagnóstico e tratamento – Após a suspeita clínica de câncer infantil, deve-se completar a investigação da doença através de exames de imagem, como ultrassom, raio-X do tórax, tomografia, ressonância e posteriormente uma biópsia no caso dos tumores sólidos. Para as leucemias, o hemograma, exame laboratorial, pode contribuir para o diagnóstico.

No caso dos tumores hematológicos, o tratamento é realizado na Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) e quase exclusivamente com quimioterapia. Tumores sólidos pediátricos são tratados na FCecon com cirurgia, radioterapia e quimioterapia. São tratamentos complexos e muitas vezes demorados, que necessitam de um acompanhamento multidisciplinar com vários profissionais envolvidos com a causa.

Acompanhamento – Após o tratamento, é importante que o paciente seja periodicamente acompanhado, pois há a possibilidade do retorno da neoplasia em casos avançados da doença. A maioria das crianças que atingem a cura da doença conseguem retornar ao convívio social e se tornam adultos produtivos.

De acordo com a oncopediatra, o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento e a cura da doença, sendo fundamental as consultas de rotina com o pediatra. Não existem vacinas preventivas para o câncer infantil, o que há é a vacina do HPV (papilomavírus humano), dada a partir dos 9 anos para a prevenção do câncer do colo de útero e pênis, que são tipos de câncer na faixa etária adulta.

No Amazonas, pacientes diagnosticados com câncer infantojuvenil recebem acompanhamento multiprofissional na FCecon e FHemoam. Em alguns casos de neoplasias pediátricas sólidas, os pacientes são encaminhados para o programa Tratamento Fora de Domicílio (TFD) para continuidade do tratamento em outros estados do país.

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