A presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, decidiram ontem que se reunirão novamente hoje, quarta-feira, para discutir a possível nomeação do ex-chefe de Estado como ministro no atual governo, segundo fontes oficiais.
Dilma e Lula tiveram uma reunião de quase cinco horas nesta terça-feira no Palácio da Alvorada e se despediram por volta das 23h30, sem dar declarações, nem fazer qualquer anúncio.
A assessoria de imprensa da presidência informou que os dois decidiram continuar seu encontro nesta quarta-feira, quando Lula deverá anunciar se vai aceitar, ou não, assumir um Ministério, algo que é defendido por vários integrantes do governo e vem sendo duramente criticado pela oposição.
Na reunião de hoje, também participaram o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, e o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini.
A possibilidade de Lula assumir um Ministério foi ventilada nos últimos dias e ganhou força hoje, quando o ex-chefe de Estado foi até Brasília para se reunir com a presidente Dilma.
Jaques Wagner confirmou hoje que Lula já foi sondado e disse que sua presença no governo reforçaria a “capacidade de articulação política” e de diálogo com o Congresso, que se prepara para retomar o processo de impeachment de Dilma Rousseff.
Lula foi acusado formalmente pelo Ministério Público do estado de São Paulo de crimes de corrupção e sua eventual condição de ministro lhe daria foro privilegiado, o que faria com que os casos contra ele tenham que ser julgados em uma instância superior, o Supremo Tribunal Federal (STF), o que atrasaria o processo.
A oposição reagiu e anunciou que, se a nomeação de Lula for confirmada, poderá entrar com uma ação na Justiça para tentar impedi-la, com o argumento de que Lula estaria tentando escapar da Justiça ou, pelo menos, atrasar os processos.(Terra)
