Equipe filma incêndio na floresta, no Amazonas, para abertura do Rock In Rio

Set de Filmagem da Maria Farinha Filmes montado na propriedade particular para simular incêndio - foto: divulgação

Uma equipe de produtores paulistas provoca incêndio nas proximidades do município de Presidente Figueiredo, no Km 13 da Estrada do Distrito de Balbina, com a finalidade de filmar um clipping a ser apresentado na abertura do Rock In Rio 2019, que será realizado entre os dias 27 e 29 de setembro, e 3 e 6 de outubro, na Cidade do Rock..


Com contrato de prestação de serviço, a equipe paulista da empresa ‘Maria Farinha Filmes’, montou o Set de Filmagem, com fumaça artificial e fogueiras, supostamente para dar ideia de grande incêndio na floresta Amazônica, como vem ocorrendo nos últimos 20 dias, na região norte do Brasil.

A Maria Farinha Filmes pediu licença ao secretário de Turismo de Presidente Figueiredo, Paulo Lins, para filmar, segundo ele, a cachoeira e cavernas turísticas do Maroaga e a Gruta da Judéia dentro do município de Presidente Figueiredo, além de Samaúmeiras da região.

Lançador de fumaça artificial – foto: divulgação

Dias depois, Paulo Lins disse que ficou surpreso com o ‘incêndio florestal’ e acionou o delegado da 37ª Delegacia de Polícia do Município, Valdenei Silva, sugerindo apreensão dos equipamentos e abertura de inquérito contra o que considerava crime ambiental e ‘armação contra o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro.

“Esse pessoal enganou todo mundo lá, disseram que iam fazer uma filmagem na caverna aí foram para um sítio, desmataram, tocaram fogo e passaram a filmar a queimada. A gente desconfia que isso é para alguma ONG Internacional ou política contra o Bolsonaro, o meio ambiente suspendeu a licença de filmagem, autuou os responsáveis e o delegado parece que vai instaurar inquérito. Isso aconteceu, quinta feira (12) passada”, comentou Lins ao Portal.

Delegado Valdenei Silva abordando os responsáveis pela filmagens – foto: divulgação

Fogueira a lenha

No local do Set de Filmagem, o delegado Valdenei encontrou uma fogueira feita com lenha cedida por um agricultor de uma propriedade particular, bastante lançadores de fumaça artificial, policiais do Batalhão Ambiental, Bombeiros com equipamento contra incêndio, um tenente do Exército e uma equipe bem organizada e pronta para qualquer incidente que pudesse impedir a propagação do fogo.

As filmagens tem um roteiro que começou pelo Riu Ariaú e termina na Caverna do Maroaga, com personagens, beleza, natureza, indígenas e apelo à preservação da floresta Amazônica.

O portal não conseguiu contato com a equipe Maria Farinha Filmes. O delegado informou que não existe nada, absolutamente nada ilegal na filmagem e que a equipe continuou com as filmagens para o Clipping para o Rock In Rio.

Assista o Vídeo: 

 

Outras foto:

Contrato de prestação de serviço – foto: recorte/divulgação
A fogueira criminosa – foto: divulgação

Pedido de esclarecimento

Embora o Portal Correio da Amazônia, tendo se fundamentado unicamente nos fatos e atendido pedido do secretário de Turismo do Município de Presidente Figueiredo, Paulo Lins, que nos forneceu fotos, vídeos, áudios coletados in loco, em primeira mão, conforme todo o texto redigido acima, mesmo assim estamos atualizando esse Post com ‘Nota de Esclarecimento’ da produtora envolvida no incidente… (a seguir):

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NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Maria Farinha Filmes vem a público esclarecer que o curta de ficção que acaba de produzir na região amazônica é uma obra independente e autoral e sem relação alguma com o Rock In Rio.

A produção, um curta de ficção destacando a importância de preservar as florestas, faz parte da estratégia da Maria Farinha de estimular visões positivas de futuro e integra o compromisso que assumimos na construção de um mundo melhor.

Por isso, o filme – cuja ideia nasceu há mais de 6 meses, portanto antes inclusive das recentes notícias sobre a Amazônia – faz uma viagem ao ano de 2044, e mostra uma floresta em pé, rica, gerando riquezas para o Brasil e para os povos locais. Faz uso, inclusive, de computação gráfica para isso. Em uma das cenas, a personagem principal se vê envolta em fumaça. Para gravar essa tomada, usamos efeitos especiais e uma fumaça cenográfica.

Por conta do compromisso histórico do Rock in Rio com a Amazônia, a produtora tinha planos de oferecer o curta para exibição na abertura do festival. Isso sequer chegou a ser feito. O curta seguirá sua carreira e será lançado normalmente. Reiteramos, portanto que o Rock in Rio não mantém nenhum envolvimento com o projeto.

Nos dias 12 e 13 de setembro, a equipe da produtora estava fazendo um curta de ficção, cuja história se passa na Floresta Amazônica. A filmagem aconteceu no município de Presidente Figueiredo, a 120Km de Manaus. Como parte do roteiro, foi ambientada uma cena com efeitos especiais que simulavam o visual de um incêndio.

A locação  escolhida para a cena, com o devido termo de autorização, era uma propriedade particular que já estava sendo preparada para o plantio de mandioca. A área escolhida não sofreu qualquer alteração ambiental por parte da produtora. Para reforçar o compromisso com a total segurança, um dos mais respeitados técnicos de efeitos especiais do Brasil foi contratado, a fim de preparar o local e acompanhar a gravação.

Por conta da fumaça gerada, a partir de fogueiras simuladas, a polícia foi acionada. O delegado esteve no local e verificou a legalidade de tudo o que estava ocorrendo no cenário, assim como representantes da Secretaria municipal do Meio Ambiente. Depois dos esclarecimentos, as gravações seguiram normalmente.

A Maria Farinha Filmes, primeira produtora da América Latina a receber o certificado B Corp, concedida a empresas comprometidas com os mais altos padrões de impacto social e ambiental, está aberta para prestar quaisquer esclarecimentos acerca do episódio.

E reforça que ao longo de sua trajetória, que inclui mais de 25 filmes, séries e outros formatos que impactaram milhões de pessoas em todo o planeta, sempre se pautou, como princípio, pelo respeito ao meio ambiente.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Estes caras precisam ser provessados, só isso não é esse o projeto Brasil. Isso só corrobora com a narrativa existencial e prejudica o Brasil; na verdade tais filmagens representam um enorme deserviço a imagem da pátria. Não, somos ingênuos, quando Roma descobriu que pão e circo era a solução, para o povo, saiu do cenário histórico, não importa quem seja… fica a reflexão.

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