Estudo afirma que Covid-19 pode se tornar endêmica em 2 anos

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Uma das grandes dúvidas em relação ao futuro da Covid-19 é quando ela deve se tornar uma doença endêmica, como é o caso da gripe. O status é atribuído a vírus que têm um comportamento relativamente previsível, com alguns aumentos de casos pontuais em períodos como o inverno.


No caso da Covid-19, embora a gravidade tenha diminuído com as vacinas e as novas variantes, os registros de casos e óbitos ainda são considerados altos, o que leva à manutenção do cenário epidemiológico como uma pandemia. Porém, essa mudança para endemia pode estar a dois anos de distância, estimam pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.

Em estudo publicado na revista científica PNAS Nexus, cientistas da instituição utilizaram camundongos para coletar dados sobre taxas de reinfecção do coronavírus e criar um modelo matemático de trajetória da doença.

Entender essa capacidade é importante, explicam os responsáveis pelo experimento, porque um fator chave na disseminação dos coronavírus, tanto entre humanos como em animais, tem sido uma tendência para algo chamado de imunidade não esterilizante.

“Isso significa que inicialmente há uma imunidade bastante boa, mas que diminui de uma forma relativamente rápida. E, mesmo que um animal ou uma pessoa tenha sido vacinado ou infectado, eles provavelmente se tornarão suscetíveis novamente”, diz a professora da Escola de Medicina da Yale Caroline Zeiss, autora sênior do estudo, em comunicado.

Durante os últimos dois anos, os pesquisadores têm observado que o Sars-CoV-2, vírus causador da Covid-19, induz na população essa imunidade não esterilizante, ou seja, casos de reinfecção são comuns. Isso leva os cientistas a acreditarem que o vírus não vai ser erradicado tão cedo.

Por isso, buscam entender quando o comportamento do patógeno pode se tornar mais semelhante ao da Influenza, que causa a gripe e tem uma circulação esperada e menos alarmante.

Eles explicam que há fortes semelhanças entre as doenças pelo coronavírus em animais e humanos e, por isso, utilizaram modelos matemáticos obtidos com a análise de camundongos para replicar a situação atual epidemiológica dos Estados Unidos – em que parte da população está vacinada, e as seguem pessoas estão expostas ao vírus.

O resultado da simulação identificou o tempo que leva para uma reinfecção a partir de fatores como diferentes interações entre os indivíduos e imunidade adquirida pelas vacinas ou contaminação.

Com base nos dados obtidos, foi possível traçar uma estimativa de que, em média, o comportamento do Sars-CoV-2 deve levar 1.437 dias desde o início da transmissão nos Estados Unidos, cerca de dois anos a partir de agora, para se tornar endêmico.

Nesse cenário de epidemia, os pesquisadores acreditam que cerca de 15,4% da população do país sempre estará suscetível à infecção, levando à manutenção da circulação do vírus, embora os casos graves sejam cada vez mais restritos às pessoas de risco, e em menor incidência.

Os pesquisadores não levaram em consideração cenários em que mutações tornariam o vírus mais agressivo, apesar de cogitarem que essa é uma possibilidade. Eles destacam, no entanto, que a tendência é que ele se torne mais transmissível e menos letal, mais próximo da realidade com a gripe.

“Os coronavírus são muito imprevisíveis, então pode haver uma mutação que o torne mais patogênico. O cenário mais provável, porém, é que vejamos um aumento na transmissibilidade e uma provável diminuição na patogenicidade”, afirma Caroline.

Os especialistas de Yale explicam que há precedentes na história para crer que a Covid-19 em algum momento se tornará endêmica. No final dos anos 1800, o que era conhecido como a “gripe russa” matou aproximadamente um milhão de pessoas em todo o mundo.

Com novas evidências, pesquisadores agora acreditam que o vírus por trás dessa pandemia foi um coronavírus que se originou em bois e acabou evoluindo para um dos vírus do resfriado comum hoje, ainda em circulação.

Fonte: IG

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