Fabricando gestores para as instituições do Amazonas (02) – por Valdemir Santana

Valdemir Santana, presidente da CUT-AM - foto: divulgação/assessoria

No artigo anterior, falamos sobre a ‘Capitania Grão Sulista” e a importação de sulistas para administrar órgãos públicos federais, sem um mínimo de conhecimento da Região Norte do Brasil, muitos deles sem conhecer, sequer, um caroço de tucumã.


Ou seja, estão fabricando gestores em estados sulistas do Brasil, para dirigir as instituições federais no Amazonas sem o devido conhecimento da região. O que é pior, não querem falar com quem conhece e com quem sabe como manter o setor industrial ativo, funcionando, gerando empregos e renda, desenvolvimento sócio econômico, além da preservação da biodiversidade da Amazônia.

Elegendo o presidente

Mas tem uma questão que deve ser levada em conta, que é a luta dos trabalhadores, movimentos sociais e sindicais para eleger o presidente Lula. Devemos lembrar ainda que na Região Norte só dois estados deram a vitória ao presidente Lula – o Pará e o Amazonas, mas, infelizmente, não querem reconhecer essa luta, o empenho dos movimentos sociais e sindicais do Estado.

É verdade, que o Pará elegeu deputados federais, mas o Amazonas tem quatro milhões de habitantes e mais de um terço votou em Lula e foram eles que foram às ruas, mas, ainda assim, não estão sendo reconhecidos como força administrativa das suas próprias instituições, no Estado.

Políticos

É bom que se diga, que não foram os senadores e deputados que elegeram o presidente, mas a classe trabalhadora, a população do Estado, que conseguiram vencer todos os obstáculos, mas são os políticos que estão apontando, independente da sua legenda partidária. Daí, desqualificar os técnicos amazonenses é o mesmo que desqualificar o trabalhador, as comunidades rurais, os ribeirinhos, os cientistas, os pesquisadores.

As decisões sobre funções administrativas nos órgãos federais no Amazonas, necessariamente, têm que ser tomadas em Manaus, no Amazonas, na Região Norte, não em Brasília. Nós temos conhecimento técnico, científico e empresarial para isso.

Não podemos pensar somente na parte eletroeletrônica e na produção de motocicletas para o Polo Industrial de Manaus. Temos que pensar na Superintendência da Suframa como órgão gestor do desenvolvimento da Amazônia, não como corredor de interesses setoriais, de barganha política e de outros interesses não revelados.

Valdemir Santana é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, da CUT-Amazonas e do Diretório Municipal do PT-Manaus.

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