FMT promove, curso sobre diagnóstico e tratamento da Lobomicose

A Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Susam), promove nesta sexta-feira, a partir das 8h30, o curso “Lobomicose – diagnosticar é fundamental”, que abordará informações sobre o diagnóstico e tratamento desta infecção dermatológica, típica de regiões como a Amazônia. De acordo com a diretora-presidente da FMT, Graça Alecrim, o curso é voltado para profissionais residentes da instituição (como médicos e enfermeiros, por exemplo), além de técnicos de laboratório, agentes de saúde, bioquímicos, biomédicos e estudantes. “Teremos a participação, inclusive, de alguns técnicos de municípios do interior do Estado”, informou a diretora.
A Lobomicose é uma infecção profunda da pele, que ocorre principalmente em pessoas que vivem em regiões de clima quente e úmido, de áreas florestais densas, com muitos rios e igarapés. Causada pelo fungo Lacazia loboi, é comum, por exemplo, em pessoas que trabalham nos seringais ou em garimpos. “Embora não seja uma infecção que leve à morte, a doença causa deformações graves. O diagnóstico precoce é extremamente importante para evitar a evolução da doença”, explica o dermatologista Alex Panizza, da FMT. Além dele, o curso será ministrado, ainda, pelo dermatologista Fábio Francesconi e pela micologista Kátia Cruz, ambos também do quadro da instituição, que é a referência da rede estadual de saúde no diagnóstico e tratamento de doenças tropicais e infectoparasitárias.


 
A infecção é caracterizada por lesões cutâneas (queilodiformes) que acometem principalmente os membros inferiores e superiores e as orelhas. Com menor frequência, no entanto, pode atingir outras partes do corpo, como o tórax. O diagnóstico é feito mediante o exame clínico, sendo a presença do fungo confirmada por meio de exame histopatológico ou citológico.

 
As lesões localizadas podem ser tratadas com procedimentos cirúrgicos (como a eletrocoagulação, crioterapia ou exérese cirúrgica). Quando há lesões disseminadas, pode-se empregar antifúngicos, mas até o momento não existe um tratamento eficaz de cura para esses casos. “Por isso a importância do diagnóstico precoce para que o tratamento possa ocorrer no início da manifestação da doença, antes que as lesões estejam disseminadas”, ressalta Alex Panizza.

 
Segundo o dermatologista, há registros da doença em toda a região da bacia amazônica, o maior número de casos está na região do Acre e, de acordo com Panizza, municípios como Eirunepé e Lábrea, tem incidência da infecção.

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