França e Amazônia ligadas pela arte da cantora Vanessa Andrade

Foto: Divulgação

A conexão cultural entre a França e o Brasil estão ligadas pela Guiana Francesa, na voz da cantora franco-brasileira,Vanessa Andrade, e pelo talento do maestro amazonense Rosivaldo Cordeiro, que estão em Manaus vindos de Paris para gravar o disco e o documentário “Racine”, uma produção com o objetivo de unir a Amazônia Brasileira e Guianense através da musicalidade da artista. O lançamento do “Projeto Racine” está previsto para 2020, em Paris, e uma grande turnê pela América Latina.


Natural da Guiana francesa, filha de brasileiros, com fortes raízes na Amazônia, Vanessa conheceu Rosivaldo em Paris, onde reside atualmente. O documentário escrito pela cantora foi inspirado de uma estória vivida junto aos pais brasileiros na Guiana, onde nasceu e cresceu ouvindo a música do Norte do Brasil. Nos anos 90, começou a carreira cantando um repertório Criolo / Brasileiro do Pará e do Amazonas com Zouk , toada de boi bumbá, brega , lambada, e o carimbó, partes de sua infância musical.

A forte presença de brasileiros do Amapá e do Pará na Guiana também influenciou a sua carreira musical, assim como o trabalho com músicos oriundos dessa região brasileira. Embalada por um sonho de levar sua musica cada vez mais longe decidiu mudar para Paris onde sentiu a falta dos ritmos do Norte brasileiro nas noites parisienses. “Percebi que não tinha esse tipo de música. Tinha Bossa Nova e Samba”, relembra.

“Foi um leque de oportunidades que se abriu para eu divulgar a minha música. Um amor à arte sem fim. Raízes, união, encontros. Juntos para uma direção só. Daí nasceu ‘Racine’ em Paris, no inicio do ano”, fala Vanessa.

“A ideia do projeto é reunir as duas culturas de Vanessa (brasileira e francesa-guianense), com participações importantes como da compositora e interprete ícone da Guiana Francesa, Sylviane Cédia, além de trazer uma composição inédita ao lado de Medhy Custos, referência do Zouk das Antilhas. Vamos mostrar a música paraense com um toque francês”, explica o maestro Rosivaldo Cordeiro, radicado em Paris há três anos com o titulo de talento e renome internacional concedido pelo governo francês.

Foto: Divulgação

O projeto é inicialmente independente e busca parcerias com organismos de cultura franceses e brasileiros para sua difusão, promovendo a conexão cultural e artística brasileira e francesa. As gravações iniciaram em fevereiro em Paris com o remake do grande sucesso dos anos 70 “Cuissi La”, composição de Michel Nerplat, que ficou consagrada como Lambada do Tipiti. A produção já esteve em Cayenne, onde gravou ritmos nativos, como o Kaseko, com participação dos percussionistas locais Jesus William e Dahi Stanley. Chegou esta semana de Belém e neste final de semana segue para o Rio de Janeiro onde serão feitas gravações de vozes finais, edições, mixagem e masterização.

O projeto tem ainda parcerias com artistas renomados da região, que terão participações especiais no disco, entre eles: banda Warilou, Trio Manari e o rei do Carimbó, Pinduca.
Rosivaldo, Vanessa e a banda Warilou, farão uma grande homenagem ao mestre da lambada e criador da Guitarrada paraense, com uma releitura da música Jamaicana, uma de suas obras mais prestigiadas.\

O DJ Waldo Squash, integrante da banda Gang do Eletro, também é um dos convidados e fará uma versão da música “Meu Lugar” em technomelody, composição de Vanessa Andrade e René Andrade. A canção, que já faz parte do repertório de Vanessa e é uma das favoritas da cantora, tem como ritmo original a kizomba e um clipe gravado da Costa Azul da França.

“De cara fiquei animada, eu conheci Warilou na Guiana Francesa, eu via meu pai escutando Pinduca na minha infância. Cantar com eles agora parece inacreditável”, diz Vanessa. Os artistas estão viajando com uma equipe de cinco pessoas. Em cada parada, Racine agrega os talentos locais. A equipe foi escolhida em Paris – um câmera e dois assistentes de produção – e em cada cidade tem o apoio de músicos, estúdios de áudio e vídeo e assessoria de imprensa.

“Racine me sensibilizou, é muito prazeroso falar de minha Guiana Francesa unida ao Brasil através da arte. Dois países que são ligados por rios, por terra e por uma floresta mágica e misteriosa. Além disso, vamos unir os artistas que estão participando do álbum e difundir a mensagem de nossas culturas pelo Brasil, França, e faremos parcerias para que o projeto chegue a todos países francófono e lusófonos possíveis”, explica Vanessa Andrade.

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