Governo e oposição da Venezuela decidem iniciar processo de diálogo

Caracas, 8 abr (EFE).- O governo da Venezuela e a oposição decidiram nesta terça-feira iniciar um processo de diálogo com uma reunião que será pública e contará com a presença de três chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), informaram porta-vozes das duas partes após um encontro de mais de três horas.
“Esperamos que nas próximas horas aconteça a reunião formal, que será pública e que os venezuelanos poderão também compartilhar e ver; e ali nos estarão acompanhando, como testemunhas, de boa fé três chanceleres”, disse a jornalistas o vice-presidente da Venezuela, Jorge Arreaza.
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo será uma dessas “testemunhas” e estará acompanhando dos chanceleres da Colômbia, María Ángela Holguín, e do Equador, Ricardo Patiño.
Arreaza declarou, além disso, que “muito provavelmente” também acompanhe o encontro, para o qual ainda não há data e local, o representante do Vaticano na Venezuela.
Já o secretário da aliança opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), Ramón Guillermo Aveledo, disse que na reunião que aconteceu hoje se abriu o caminho “à possibilidade de um diálogo sincero e sério” e se alcançou o acordo com o governo de conversar em termos “mutuamente respeitosos”.
“Que essa primeira reunião do processo de diálogo ocorra perante toda a Venezuela e perante o mundo, para que ocorra com toda transparência e para que fique perfeitamente claro as posições de todos, as motivações de todos e a sincera vontade de todos”, comentou Aveledo.
Por sua vez, o líder opositor Henrique Capriles afirmou que o diálogo entre a oposição e o governo não significa renunciar aos princípios e ao direito de protesto que tem a população pelos “milhares de problemas sem solução”.
“Dialogar significa renunciar a princípios? Quem disse que diálogo significa desistir que nosso povo siga reivindicando seus direitos?”, escreveu Capriles no Twitter.
A Venezuela atravessa uma situação de crise política desde que no último dia 12 de fevereiro começaram os protestos contra o governo de Nicolás Maduro que, em alguns casos, acabaram em incidentes violentos, com um saldo de 39 mortos e centenas de feridos. EFE
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(foto)


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