História da Carochinha – Por Max Diniz Cruzeiro

Neuro cirurgião Max Diniz Cruzeiro (DF)

História da Carochinha é um enredo narrado por alguém que traz como conteúdo uma ficção que se incorpora dentro do folclore de um agrupamento, para passar um conceito ou valores e princípios considerados nobres que merecem grande expressão popular. Geralmente os fatos narrados em uma história da Carochinha trazem eventos míticos, ampliados, com aspectos em que lendas são ancoradas. Para melhor exemplificar este aprendizado este texto irá partir de um exemplo prático de como uma história da carochinha pode ser contada:


José foi até a gruta onde viu a sombra de uma videira a partir de uma projeção de uma estalactite. A Sombra se intensificou com a chama do lampião e saiu correndo pelo salão daquela majestosa caverna.

Então ouvi uma voz como se a videira estivesse falando comigo naquele momento. Ela me alertou que no fundo daquele salão existia uma estreita passagem que era para eu me ausentar de lá, porque do outro lado havia um ninho de cobras muito perigosas.

Neste instante eu duvidei de minha sanidade e pensei que algum elemento gasoso presente naquele contexto estivesse fazendo parte de minhas alucinações.

Então fui verificar o que estava lá no fundo. E encontrei uma pequena abertura conforme a videira havia me falado.

Meio de longe me pus a observar se existia realmente alguma cobra lá do outro lado. E neste instante a luz do candeeiro se pôs a bailar e colocou a sombra da videira justamente no fundo daquela pequena abertura.

Rapidamente saiu de lá uma cobra sucuri gigante, que começou a falar comigo me dizendo que pediu para não ser alertada e que agora iria querer consumir minha alma como aquele candeeiro que estava a consumir o óleo que era combustível para o surgimento da luz.

Então eu me coloquei de joelhos e pedi para a videira que não levasse minha alma porque eu tinha uma vida lá fora daquela caverna e teria que cuidar da minha família.

A videira falou então que me daria uma chance para provar a minha capacidade de vencer o medo, e se eu realizasse a tarefa deixaria que eu fosse embora daquela caverna e seguiria minha vida como se nada estivesse acontecido.

Neuro cirurgião Max Diniz Cruzeiro (DF)

Eu aceitei o desafio, pois não tinha mais nada a temer, por que senão seria comida de cobra e jamais poderia voltar para o meu mundo lá fora daquela caverna.

Assim, a videira falou que iria tirar minha visão, e que se eu fosse capaz de encontrar a saída a partir daquele local onde estava situado, ela me libertaria. Caso contrário se minhas forças fraquejassem e não encontrasse a saída, aquele local seria o meu leito de morte.

Neste instante, um vento bem forte entrou pelas entranças daquela caverna e apagou o candeeiro que estava em minhas mãos. Tamanho foi o sacolejo do vento que o candeeiro se desprendeu de meus braços e caiu no chão derramando todo o óleo que era o combustível para que a chama não se apagasse.

Um temor enorme se abateu sobre mim, porque não existia mais nada que pudesse reconhecer naquele local.
Estava totalmente cego sem nenhuma sombra e nem videira que pudesse me orientar a visão.

Então neste instante lembrei que em meu bolso carregava um terço que tinha em sua ponta uma pequena cruz, peguei-a e posicionei em meu coração, e passo a passo coloquei o Senhor como guia de minha intensão de sair daquele lugar.

Sabia que sozinho jamais conseguiria tamanho feito, mas sabia que o Senhor estava comigo e seria a minha bússola para guiar os meus passos para que eu saísse da escuridão.

Quando em minha lembrança em total escuridão era ativada para algo positivo e benéfico sabia que o passo dado estava sendo encaminhado no sentido certo, e quando esta mesma lembrança ativada sinalizava que algo ruim estava para acontecer eu retrocedia o passo e me guiava para outra direção.

O Senhor estava encravado em meu coração e como guia ele iluminava minha mente para que eu não me desviasse do caminho, mesmo permanecendo com meu livre arbítrio, que era a parte que correspondia a minha fé em aceitar o caminho proposto pelo Senhor.

Tamanha era a fé, que abracei com a alma aquele pequeno crucifixo e fechei meus olhos para provar a certeza que tinha em suas palavras.

Quando não havia mais lembranças alguma por um instante pensei que o Senhor havia me abandonado, e imaginei que fosse devido a percepção de alguma falha ou falta minha durante este processo.

Pedi desculpas pela minha arrogância e me sentei em uma superfície, já sabia que minha sentença era a morte, e me conduzi para entregar minha alma para a videira.

Quando abri os olhos em sinal de vencido, para minha surpresa não estava mais em uma caverna, e sim aos pés do altar em uma igreja, e ao centro de minha visão estava uma imagem de nosso Senhor com seus pés a esmagar uma cobra.

Nesta hora me fiz de advogado e dei meu testemunho para todos que estavam ali, e descobri qual era a minha verdadeira vocação em Cristo. Me deram um pouco de água, depois trouxeram um pão no qual umedeci em meus lábios, então veio em minha lembrança a imagem da Hóstia Consagrada, e meus olhos se colocaram a chorar, pela alegria de ter sido abençoado. Minha fé fora renovada, e me tornei cônscio de minhas atitudes. E a partir deste instante minha alma se transformou em pescador de homens.

Fraternalmente,

Max Diniz Cruzeiro

 

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