
Um estudo sobre a jornada de trabalho de quatro dias, que englobou 33 empresas em seis diferentes países, revelou que não só a receita dessas companhias aumentaram sob a nova modalidade de trabalho, como também a saúde e bem-estar dos funcionários.
Promovido pela 4 Day Week Global, ou “Semana de 4 Dias Global” em tradução livre, o experimento começou em fevereiro de 2022 e nele as empresas reduziram a jornada de trabalho de seus funcionários para quatro dias, ou 32 horas por semana, mas sem reduzir o salário. A ideia era avaliar se a produtividade dos trabalhadores se manteria a mesma, mas na verdade ela chegou a aumentar.
A 4 Day Week Global é uma ONG que promove a iniciativa de uma semana de trabalho de quatro dias, ajudando empresas a implementá-la e financiando pesquisas sobre o futuro do trabalho. O novo tipo de jornada ganhou força após a pandemia de COVID-19, quando houve muita dedicação em repensar a forma como trabalhamos.
Para algumas empresas pode haver alguma resistência em se adaptar ao novo padrão. Em companhias que lidam com períodos significativamente mais movimentados nas férias ou durante o verão, pode não ser possível manter a jornada nessa época. Outras empresas, como bancos, seguradoras e organizações de notícias, que seguem uma jornada de 24 horas, podem ter de se adaptar na sexta ou segunda da mesma forma como veem o fim de semana, organizando os horários para que sempre haja pessoas trabalhando.
A jornada de cinco dias nem sempre foi uma realidade. Até 1926 a jornada americana, por exemplo, era de seis dias de trabalho. A mudança ocorreu a partir do industrialista Henry Ford, que acreditava que um dia extra de folga aumentaria a produtividade dos trabalhadores e daria a eles mais tempo livre para gastar dinheiro.
Aumento de produtividade e zero desvantagem
As empresas que participaram do teste associaram não só um aumento no bem-estar e na retenção de sua equipe, mas também um aumento em suas receitas. Dentre as participantes, a receita combinada (ponderada por tamanho), aumentou 8,14%. Para algumas empresas, isso representou um crescimento 40% maior do que aquele experimentado durante o mesmo período nos seis meses anteriores.
As companhias também não relataram nenhuma desvantagem, e das 27 que responderam o questionário final, nenhuma afirmou ter planos para voltar a uma semana de cinco dias. De acordo com os testes, desde os CEOs até os funcionários júnior relataram sentir os benefícios da mudança.
O teste ainda apontou benefícios menos óbvios, como a redução de impactos no meio ambiente, menores emissões de carbono por parte dos funcionários e das empresas. Os resultados dessas métricas ainda estão em avaliação inicial, uma vez que muitas delas são difíceis de mensurar, mas a ONG afirma que espera aprofundar essas ideias e oferecer evidências mais concretas no futuro.