Julgamento de Dilma deve começar dia 25, prosseguindo no fim de semana

Lira e Anastasia conversam sobre agenda final/Foto: AS
Lira e Anastasia conversam sobre agenda final/Foto: AS
                           Lira e Anastasia conversam sobre agenda final/Foto: AS

O presidente da Comissão Especial do Impeachment, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), disse hoje, terça-feira (02) que “existe uma possibilidade” de que a sessão de julgamento final do processo que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff, comece no próximo dia 25 e não no dia 29, como foi anunciado em nota pelo Supremo Tribunal Federal.
Lira informou que se reúne ainda, hoje, terça-feira  com o presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, para tratar do assunto. Os prazos processuais do impeachment de Dilma permitiriam que o julgamento comece no dia 25 e a decisão de Lewandowski de deixar o início para o dia 29 provocou cobrança de alguns senadores ligados ao governo interino de Michel Temer, como o senador Romero Jucá (PMDB-RR).


“Mesmo começando no dia 29, acreditamos que há uma grande possibilidade de não chegar ao mês de setembro. Isso não foi ainda decidido”, disse Lira.

O senador defende o trabalho do Senado durante o fim de semana, uma vez que o julgamento pode se prolongar por vários dias. “A previsão, hoje, é de começar na segunda (25), mas há uma forte tendência de começar na quinta-feira (29). E faremos uma avaliação sobre continuar no fim de semana. Se depender da minha vontade – não depende, depende exclusivamente da vontade do presidente do STF –, trabalharemos no final de semana”, concluiu.
Leitura do relatório

No relatório final apresentado na fase de prenúncia do processo contra a presidente afastada Dilma Rousseff, nesta terça­feira (2), o relator da Comissão Especial do Impeachment, Antonio Anastasia (PSDB­-MG), reafirmou sua tese de que a petista cometeu crimes de responsabilidade e pediu para que ela seja levada ao julgamento final da ação no Senado Federal.

Anastasia reafirma no texto sobre o impeachment que a petista abriu créditos suplementares sem a autorização do Congresso Nacional e fez operações de crédito com instituição financeira controlada pela União, as chamadas pedaladas fiscais.

No voto, o relator diz que a crise econômica que o País atravessa hoje é fruto do que ele chamou de “expansão insustentável do gasto público” feito no governo de Dilma e destaca que os artifícios e manobras fiscais utilizados para a expansão do gasto implicaram perda de confiança dos agentes econômicos, dos investidores, das pessoas físicas, nos números da economia, no futuro da economia e na perda do grau de investimento do País pelas principais agências de classificação de risco. A previsão é que Anastasia leia pouco mais de 200 das 441 páginas totais do relatório.

Em seguida, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lerá um voto em separado, apresentado por ela e outros senadores favoráveis à Dilma. A votação ocorrerá somente quinta-feira (04). Em seguida, os integrantes da comissão processante seguirão para o plenário do Senado, que fará a primeira votação de pronúncia na próxima terça-feira (09).(iG)

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