Mais um desembargador admitindo culpa no julgamento do Lula

Desembargador João Pedro Gebran Neto - Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4/Flickr

A edição da Veja deste fim de semana retrata em matéria que o juiz Gebran Neto, do TRF-4, admitiu a amigos que ignorou a lei para manter Lula preso, no episódio em que a ordem judicial do desembargador Rogério Favretto foi descumprida.


O desembargador Gebran Neto admitiu que ignorou a ’’letra fria da lei’’ ao dar decisão contrária à soltura de Lula, desconsiderando a competência do juiz de plantão.

Trata-se de uma confissão do caráter absolutamente fraudulento destas eleições, em que a arbitrariedade judicial define cada um de seus passos – o próprio TRF4 decidiu que Lula não poderia participar do debate na Band – a fim de que o próximo presidente saído das urnas possa aplicar ataques ainda mais duros que os ajustes iniciados pelo PT, especialmente no segundo mandato de Dilma Rousseff.

É um escândalo que a população seja impedida de votar em quem quiser por interferência judicial, que tem mil e um laços com instituições departamentais dos Estados Unidos, como o Departamento de Estado e de Justiça, ’’escolas’’ de formação para juízes golpistas como Sérgio Moro. A administração Trump enviou emissários diretos de Washington para acompanhar de perto o caminho das eleições que – segundo os planos – devem dar origem a um governo títere que não apenas aplique duros ajustes, mas que avance em privatizações de setores estratégicos da economia, como a Petrobras.

Marcello Pablito, trabalhador do restaurante universitário da USP, militante da agrupação de negras e negros Quilombo Vermelho, pré-candidato a deputado estadual pelo MRT em São Paulo, disse que “A Lava Jato e o resto do poder judiciário está atuando pra escolher a dedo um presidente que continue o golpismo e seja capaz de descarregar de forma redobrada a crise nas costas dos trabalhadores e do povo com mais desemprego, mais trabalho precário e mais cortes dos direitos sociais. Para tal buscam legitimar de forma cada vez mais indiscriminada medidas autoritárias que violam os princípios democráticos mais elementares como o direito de defesa e o direito ao voto.

Nós não apoiamos o voto em nenhum dos candidatos do PT; queremos superar pela esquerda a tragédia da conciliação de classes petista, com um programa de independência de classe e anti-imperialista. Mas somos incondicionalmente contra a prisão arbitrária de Lula e somos intransigentes na defesa do direito do povo votar em quem quiser. Todos os partidos que se dizem de esquerda deveriam ter esse como um dos seus eixos políticos na campanha eleitoral, como forma de denunciar o caráter proscritivo dessas eleições.”

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