Major Olímpio lança chapa Moro-Janaína para 2022

O bolsonarismo está implodindo. Ao defender a saída do senador Flávio Bolsonaro (RJ) do PSL, o senador Major Olímpio (SP) falou como uma espécie de “porta-voz” de um grupo que sonha com uma chapa entre o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e a deputada estadual Janaína Paschoal (PSL-SP) na eleição presidencial de 2022. A informação é da Coluna do Estadão. A declaração é mais um reflexo das dificuldades de Jair Bolsonaro em se articular com o seu próprio partido em um contexto no qual ele amarga sua reprovação (38%) superar a sua aprovação (29%), de acordo com números do Datafolha divulgados no início deste mês. A desavença ocorre justamente com um parlamentar que é líder do governo no Senado.


Ao justificar a sua posição de querer o filho do ocupante do Planalto fora do PSL, Major Olímpio afirmou ao jornal paulista que Flávio fez “vergonha” ao não assinar o requerimento de criação da CPI da Lava Toga. A Comissão Parlamentar de Inquérito investigaria suposto ativismo judicial e outras condutas ilegais do Supremo Tribunal Federal.

“Nós que representamos a bandeira anticorrupção do Presidente. Eu tentei convencê-la (senadora Juíza Selma, que após ser agredida por Flávio Boslonaro está deixando o PSL para se filiar ao Podemos) a ficar e resistir conosco. Quem tem que cair fora do PSL é o Flávio, não ela. Gostaria que ele saísse hoje mesmo”, disse (veja aqui).

Em entrevista à Veja, a senadora do PSL-MT disse que por telefone Flávio berrou para a parlamentar não assinar requerimento da CPI: “Vocês querem me foder! Vocês querem foder o governo!”, disse ele.

O presidente nacional do partido, deputado Luciano Bivar (PE), havia escalado Flávio Bolsonaro para entrar na articulação contra a criação da CPI da Lava Toga. O filho do presidente Jair Bolsonaro é o único dos quatro senadores do PSL que não assinou a petição pela abertura da comissão.

O congressista passou a entrar na mira do Judiciário após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar um envolvimento do parlamentar em um esquema de corrupção na Assembleia Legislativa do Rio.

Segundo o órgão, Fabrício Queiroz, que era assessor de Flávio, fez uma movimentação atípica de R$ 7 milhões de 2014 a 2017. Queiroz liderava um esquema de lavagem de dinheiro. Recentemente, o presidente do STF, Dias Toffoli, suspendeu as investigações contra o senador ao proibir o compartilhamento de dados pelo Coaf sem autorização judicial.

A declaração de Major Olímpío sobre uma chapa para 2022 tendo Moro com um de seus candidatos já aponta para um desgaste que envolve o principal ministro do atual governo. Recentemente, Jair Bolsonaro tem desagradado a Moro ao interferir em órgãos como a Receita Federal. Por sua vez, o ministro perdeu muita capilaridade política por causa das irregularidades da Lava Jato que vêm sendo reveladas pelo site Intercept Brasil. Ele julgava os processos da operação em primeira instância.

Artigo anteriorPL que exige garantia de saúde em pizza delivery segue para análise da CFEO
Próximo artigoFundo da Lava Jato irá para educação e Amazônia

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui